Dirigentes sindicais discutem desafios em tempos globais
05 de Novembro de 2015
Redes
Debate integra atividades do seminário de apresentação do Projeto "Ação Frente às Multinacionais na América Latina"
As empresas transnacionais hoje dominam a economia global, controlando aproximadamente 80% do comércio mundial: 147 delas controlam 47% dos ativos financeiros globais, sendo que destas 50 estão na cúpula da rede transnacional, controlando 35% dos ativos. Os dados foram apresentados por Vivian Makia, da Internacional de Serviços Públicos - ISP, durante a o segundo dia de debates do Seminário de Apresentação do Projeto "Ação Frente às Multinacionais na América Latina", realizado nos dias 4 e 5 de novembro, em São Paulo.
De acordo com Vivian, algumas empresas têm se beneficiado enormemente de subsídios ao investimento, incentivos fiscais e mercados de trabalho. Grandes corporações como General Electric; Boeing; Exxon Mobil; Verizon; Kraft Foods; Citigroup; Dow Chemical; IBM; FedEx; Honeywell; Apple; Pfizer; Google; Microsoft; Merck basicamente deixaram de pagar impostos. "A classe trabalhadora precisa estar organizada e politizada para combater esta realidade e defender os direitos dos trabalhadores", ressaltou Vivian.
"Os desafios sindicais em tempo globais são muitos, principalmente se levarmos em conta o poder das empresas transnacionais não só como atores econômicos, mas como atores políticos afetando direitos humanos e os direitos dos trabalhadores. Então é necessário chamar ao diálogo não só enfatizando a questão da cidadania e não somente do consumo que visa às respostas a necessidades imediatas".
Alexandre Bento, assessor da Secretaria de Relações Internacional da CUT, também participou da mesa sobre o tema "Desafios Sindicais em Tempos de Cadeias Globais de Produção, Comércio e Serviços"
Redes Químicas
No último dia do seminário também foi discutida a experiência das redes sindicais internacionais dos ramos químicos e metalúrgicos. O Secretário de Relações Internacionais da CNQ, Fabio Lins, apresentou um relato das experiências de redes sindicais da CNQ (foto).
Os participantes debateram ainda a concepção de redes na realidade do sindicalismo mexicano, brasileiro e argentino, além de como será a metodologia do projeto para o ciclo 2015-2017.
Os desafios do sindicalismo internacional
Os sindicatos precisam reafirmar seu papel histórico. A conscientização de sua responsabilidade política e a recuperação de força para a conquista de novos direitos em âmbito de negociações coletivas precisa reafirmar a posição de atores sociais. Estes foram alguns apontamentos feitos durante o debate dos desafios do Sindicalismo Internacional diante do poder crescente das empresas transnacionais.
Confira AQUI o que os dirigentes têm a dizer sobre essa realidade em seus países.
Fonte: Instituto Observatório Social