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Entidades apresentam na Câmara sugestões para alterar Código de Mineração

02 de Outubro de 2013

Ramo Químico

1 de outubro - Brasília: Rosival de Araújo, dirigente da CNQ-CUT, apresenta propostas com foco na saúde e na segurança de quem trabalha no...

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1 de outubro - Brasília: Rosival de Araújo, dirigente da CNQ-CUT, apresenta propostas com foco na saúde e na segurança de quem trabalha no setor

 

 

 

Em audiência pública da comissão especial que analisa o novo Código de Mineração (Projetos de Lei 37/11 e 5807/13), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) apresentou 14 sugestões de emenda ao projeto. De acordo com o secretário setorial de minérios da CNQ-CUT (Confederação Nacional dos Químicos), Rosival de Araújo, que representou a CUT na audiência, a maioria delas tem foco na saúde e segurança de quem trabalha no setor.

Entre as propostas estão:

  • garantia expressa de proteção à saúde e à segurança do trabalhador na mineração;
  • criação de um Conselho de Política Mineral quadripartite (trabalhadores, empregadores, sociedade civil e governo) nas três esferas de governo;
  • determinar que a futura Agência Nacional de Mineração acompanhe as condições de saúde e de segurança do trabalhador na mineração;
  • criação de plano diretor e de zoneamento econômico-ecológico;
  • previsão de condicionantes de interesse do trabalhador para a cessão e/ou negociação do direito minerário;
  • controle social da aplicação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) e definição de percentuais a serem aplicados nas políticas públicas de geração de emprego e renda;
  •  garantia de prioridade de saneamento básico e de abastecimento de água às comunidades afetadas pela mineração; e
  •  garantia de proteção das nascentes e mananciais.

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O representante do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Adhemar Mineiro, enfatizou que a mineração não tem um perfil favorável aos trabalhadores: “É concentrado em pequeno número de empresas que geram baixo percentual de empregos formais.”

Quanto ao projeto de novo código, Mineiro acredita que um de seus principais dilemas será definir o destino dos recursos gerados pela CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais): se será uma compensação por danos ou uma espécie de poupança para financiar ações futuras após o esgotamento da lavra. "É preciso clareza quanto ao caminho a se adotar".

Pesquisador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), Carlos Bittencourt e a representante do Instituto de Estudos Econômicos e Sociais (Inesc), Alessandra Cardoso, defenderam pontos consensuais do Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à Mineração.

Entre os pontos estão:

  • a definição de áreas livres de mineração;
  • o direito a consulta e a vetos das comunidades afetadas;
  • a definição de taxas e ritmos de exploração mineral;
  • o respeito e a proteção aos direitos dos trabalhadores;
  • o respeito à Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) quanto à mineração em terras indígenas e que esteja subordinada à aprovação do Estatuto dos Povos Indígenas.

De acordo com os pesquisadores, os representantes do comitê devem se reunir com deputados e consultores da comissão especial a fim de discutir a possível incorporação desses temas no relatório final. Segundo eles, elas estão contempladas em 53 das 372 emendas que os parlamentares apresentaram ao texto.

 

Fotos: Viola Junior/Câmara dos Deputados

 

Íntegra da proposta:

PL-37/2011

PL-5807/2013

 

Veja também:

• Trabalhadores e movimentos sociais exigem mais tempo para debater Código de Mineração

Confira o registro da audiência e a exemplar exposição de Rosival de Araújo (15m24s). Acesse a página e selecione o vídeo da apresentação:

http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/webcamara/arquivos/recentes/videoArquivo?codSessao=45906#videoTitulo