Entidades sindicais unificam ações para o Fórum Social Mundial
25 de Março de 2013
Geral
Crise econômica exige autonomia, independência e unidade dos movimentos para construir ações efetivas em defesa dos povos e da classe...
Crise econômica exige autonomia, independência e unidade
dos movimentos para construir ações efetivas
em defesa dos povos e da classe trabalhadora
TÚNIS, Tunísia - Antecedendo o FSM (Fórum Social Mundial) que começa oficialmente nesta terça (26) em Túnis, capital da Tunísia, várias atividades preparatórias já estão ocorrendo por toda a cidade. Destaque para a Assembleia Sindical que reuniu pela manhã entidades de todo o mundo com o propósito de organizar e unificar as ações.
Em comum, o desejo e a necessidade de construir instrumentos de ação frente à globalização neoliberal e seu receituário de austeridade e retirada de direitos sociais, apresentando propostas e ações a partir dos princípios democráticos de solidariedade e justiça social que garantam os direitos da classe trabalhadora e uma sociedade mais igualitária.
Durante a atividade, todas as entidades sindicais foram convidadas a expor suas experiências e perspectivas para o Fórum. Na ocasião, a secretária de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti, representando a Central, frisou a importância de resgatar os princípios de fundação do Fórum quando, no Brasil em 2001, movimentos sociais e sociedade civil se colocaram com autonomia, independência e solidariedade como protagonistas da luta por mudanças estruturais.
“Passamos por um momento de reflexão sobre o futuro do Fórum. Precisamos sim, conhecer as experiências e realidades de cada região, mas temos a concepção de que o momento de crise que assola os direitos econômicos e sociais dos trabalhadores exige ações efetivas, construindo a base para as mudanças que consolidem a máxima do Fórum de que um outro mundo é possível e necessário”, enfatizou.
Sérgio Bassoli, integrante do departamento de Relações Internacionais da Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL), também acredita que o Fórum passa por um momento de incertezas que desafia as organizações sociais a estarem unidas e comprometidas com a luta contra o capitalismo e suas ingerências.
Durante o Fórum, a CUT participará de várias atividades, contribuindo com seu acúmulo histórico, levando a experiência dos movimentos sociais e aprendendo com os movimentos da região.
Além da marcha de abertura, nesta terça (26) ocorrerá também a Assembleia das Mulheres.
Chamas da liberdade– após a revolução popular que derrubou o regime ditatorial de Ben Ali, a Tunísia vive uma fase de transição. A revolução foi um marco, mas ainda se sucedem ataques aos direitos sociais.
Recentemente, o dirigente da Frente Popular e líder da esquerda, Chokri Belaid, foi assassinado quando saia de casa. Assim como fez na “Primavera Árabe”, quando teve uma participação importante na construção e êxito do movimento, a União Geral de Trabalhadores Tunisianos (UGTT) convocou uma série de mobilizações e greves para protestar contra a morte de Chokri Belaid e os sucessivos ataques ao livre direito de se expressar.
A Central convocou uma greve geral, a primeira desde as revoltas de janeiro de 2011, e nas ruas da avenida Habib Bourguiba, epicentro habitual das manifestações, foi recebida por um extensivo aparato policial.
“Querem nos sufocar e semear o medo para impedir que lutemos por nossos direitos. Desde os movimentos para derrubar o antigo regime a nossa central tem desempenhado um papel de locomotora em defesa da democracia. Queremos transmitir uma mensagem aos inimigos dos trabalhadores, da democracia e da liberdade que não aceitaremos o extremismo ou políticas de discriminação. Continuaremos com nossas greves buscando mais liberdade, diálogo social, assegurando uma transição democrática”, afirmou o secretário-geral da UGTT, Houcine Abassi.