FUP classifica como autoritarismo programa de demissão voluntária proposto pela Petrobras
29 de Janeiro de 2014
Geral
Na última quinta-feira, dia 23, o Conselho Deliberativo da FUP (Federação Única dos Petroleiros) reuniu-se no Rio de Janeiro para debater as...
Na última quinta-feira, dia 23, o Conselho Deliberativo da FUP (Federação Única dos Petroleiros) reuniu-se no Rio de Janeiro para debater as questões sobre o PIDV, programa de demissão voluntária, lançado pela Petrobras na última semana e, inicialmente batizado de Programa de Otimização de Produtividade POP), que incentiva o afastamento de trabalhadores já aposentados pelo INSS, e os que estiverem aptos a solicitar aposentadoria até o dia 31 de março.
Para a FUP e seus sindicatos, o programa que abrangerá 8.379 petroleiros, dos quais 6.879 já estão aposentados e, que será aberto entre 13 de fevereiro e 31 de março, retrata mais uma decisão unilateral da empresa em lançar programas que afetam efetivamente a vida dos trabalhadores, sem nenhum debate prévio com o movimento sindical.
Apesar da situação dos petroleiros aposentados que continuam na ativa ser constantemente pautada pela Federação nos fóruns de negociação com a empresa – foi, inclusive, objeto da pauta de reivindicações dos trabalhadores durante a negociação do ACT, os gestores sempre se negaram a discutir este tema com as representações sindicais. Agora, em um momento crítico de acidentes recorrentes, em função de efetivos já reduzidos, a Petrobras lança um programa de incentivo à demissão, autoritário e discriminatório.
Em reunião com a empresa no dia 17 de janeiro, a FUP criticou duramente o autoritarismo dos gestores da Petrobras destacando que todas as distorções e injustiças do plano se devem a isso, e ressaltou que a redução do quadro próprio de trabalhadores agravará ainda mais os inúmeros problemas já denunciados pelo movimento sindical em função da redução de efetivos. Isso impactará, principalmente, os petroleiros do regime administrativo, que já sofrem acúmulo de funções e de trabalho, após amargarem quinze longos anos sem recomposição de efetivos, durante os governos neoliberais.
Diante desta decisão tão arbitrária, a FUP e seus sindicatos deliberaram o indicativo de realização de um grande ato em Campinas, no dia 13 de fevereiro, na data em que a Petrobras pretende implementar o PIDV, para dar inicio a nova Campanha Nacional pela Recomposição do Efetivo e exigir que todos os postos de trabalho liberados pelo programa e pelo Mobiliza, um outro programa que também foi lançado de forma unilateral da Petrobras, sejam repostos imediatamente pela empresa.
Além das mobilizações que serão intensificadas pelos trabalhadores, a FUP também vai solicitar uma reunião com a Petrobras, em regime de urgência, para exigir que a empresa discuta com a Federação a recomposição do efetivo e a extratificação por função, e órgão de lotação dos possíveis desligamentos com esses programas unilaterais da empresa.
Foto: Refinaria de Capuava. Acervo FUP.