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FUP: Conselho Deliberativo indica rejeição da proposta e greve a partir do dia 17

10 de Outubro de 2013

Geral

Trabalhadores cobram aumento real de 5% e campanha salarial também intensificará luta pela suspensão imediata do leilão do campo de Libra    ...

fup petrobras 590 300Trabalhadores cobram aumento real de 5% e campanha salarial também intensificará luta pela suspensão imediata do leilão do campo de Libra

 

 


Nesta quarta-feira (9), os sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) voltaram a se reunir no Conselho Deliberativo, desta vez em Brasília, para apontar os próximos passos da campanha reivindicatória do ACT 2013 e avaliar a proposta de cláusulas econômicas e sociais apresentadas pela Petrobras na segunda-feira (7).
A proposta apresentada pela empresa na última reunião, além de incompleta, não contempla as reivindicações dos trabalhadores. Em relação às cláusulas econômicas, a empresa propõe o reajuste em 7,68% no salário dos trabalhadores na tabela da RMNR, que representa o ganho real entre 1,17% a 1,5% e um abono correspondente a uma remuneração ou R$ 4.000,00, o que for maior.
A Federação reivindica 5% de ganho real, condições seguras de trabalho para todos, fundo garantidor para os trabalhadores terceirizados, melhoria dos benefícios, mudanças no PCAC, entre outras reivindicações da categoria.
O Conselho Deliberativo indicou a rejeição da proposta apresentada pela Petrobras e a realização de assembleias a partir desta quinta-feira, 10, para que os trabalhadores aprovem o indicativo de greve por tempo indeterminado, a partir do dia 17, data que também acontece mais um dia nacional de luta contra o leilão de Libra, e a rejeição da proposta apresentada pela Petrobras.
A indicação de greve da FUP e seus sindicatos foi motivada não só para que a Petrobras apresente uma proposta decente aos petroleiros, mas para intensificar a luta pelo fundo garantidor para os trabalhadores terceirizados, pela derrota do PL 4330, que regulariza a precarização do trabalho e, pela suspensão imediata do leilão do campo de Libra, que é uma das principais bandeiras de luta da categoria nesta campanha reivindicatória.

Confira o calendário de luta indicado na última reunião do Conselho Deliberativo, aprovado em assembleias:

• 17\10 – Dia Nacional de Luta contra o Leilão de Libra, com atos nas capitais do país. Esta data também é referência para o indicativo da greve dos petroleiros.
• 21\10 – Ato público com participação de todas as centrais e movimentos sociais em protesto contra a realização do leilão de Libra.

 

Leia também:

Documento elaborado pelo MAB (Movimento por Atingidos por Barragens) para subsidiar a militância com informações sobre o leilão do campo de Libra (clique aqui).

acampamento 590 300

 Acampamento em Brasília

 

Petroleiros, Via Campesina e MAB ficarão acampados

em Brasília e no RJ até a suspensão do leilão

Desde o dia 2 de outubro, os petroleiros em conjunto com diversos movimentos sociais e a juventude organizada estão acampados em Brasília, em frente à Esplanada dos Ministérios, onde permanecerão até que o leilão de Libra seja suspenso pelo governo.

O espaço que até sábado, 5, também serviu de cenário para o II Encontro da Juventude Petroleira, tem sido cada vez mais ocupado por sindicalistas, militantes do MAB e da Via Campesina, que compõe a Plataforma Operária e Camponesa de Energia, campanha que a FUP também integra.

Para os trabalhadores do campo e da cidade, o acampamento na Esplanada representa uma das principais ações de repúdio ao leilão, que se for realizado, será o maior crime lesa pátria, já que Libra representa o maior campo de petróleo já descoberto pela Petrobras e um dos maiores do mundo, avaliado em um trilhão e quinhentos bilhões de dólares .

Para a integrante do Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras da FUP, Anacélie Azevedo, a iniciativa do acampamento contra o leilão de Libra coloca em xeque não só mais um protagonismo histórico dos petroleiros na luta contra a privatização do petróleo, mas a reinserção da juventude nas mobilizações e na integração com os movimentos sociais. “Toda a categoria precisa ter em mente que este é um momento de intensificarmos a unidade em torno desta batalha que, através da pressão popular, vai forçar o governo e a Petrobras a suspenderem o leilão de Libra”, enfatizou a petroleira e sindicalista.

Representando o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) do estado do Pará, Cristiano Medina ressaltou que o acampamento contra o leilão representa não apenas a luta pela soberania energética, mas de intensificação da unidade da classe trabalhadora do campo e da cidade. “Discutir e pautar soberania é uma das principais formas de se apropriar da riqueza do nosso país. Nós do MAB estamos aqui porque esta luta também é nossa e a sociedade precisa entender esta mensagem”, afirmou o militante.

Para Leôncio da Silva, da Via Campesina, o acampamento representa um passo a mais na aliança dos movimentos do campo com os trabalhadores da cidade, principalmente para debater e defender questões tão importantes para o desenvolvimento do país, como o caso da soberania nacional e o uso dos nossos recursos naturais em pró do país e não do capital.

Os petroleiros, assim como todos os movimentos sociais, exigem que o campo de Libra fique integralmente sob o controle da Petrobras para que gere empregos e investimentos no Brasil.No Rio de Janeiro, o acampamento está em frente à sede da Petrobras, sob a organização do Sindipetro-RJ.

 

Fotos: Acervo FUP