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Greve dos petroleiros prossegue por tempo indeterminado

19 de Outubro de 2013

Geral

Os petroleiros estão comprovando sua imensa capacidade de organização e o poder de luta da categoria. A greve iniciada na noite de quarta-feira...

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Os petroleiros estão comprovando sua imensa capacidade de organização e o poder de luta da categoria. A greve iniciada na noite de quarta-feira, 16, prossegue forte em todas as bases da FUP (Federação Única dos Petroleiros), por tempo indeterminado, ganhando corações e mentes de trabalhadores de diferentes gerações. Apesar das ações antissindicais da Petrobras, que insiste em desrespeitar o direito de greve, com interditos proibitórios, cortes nas comunicações das plataformas, cárcere privado nas unidades, entre outras arbitrariedades, os petroleiros seguem parados. Segundo informações dos sindicatos da FUP, a adesão é de 90% a 100% nas unidades operacionais, com participação dos trabalhadores terceirizados e também do administrativo.

A operação tem sido mantida na maioria das unidades do Sistema Petrobras por equipes de contingência da empresa, formadas por gerentes, supervisores e outros profissionais sem experiência nas tarefas de rotina das refinarias, plataformas e terminais, o que coloca em risco a segurança das equipes e das próprias unidades. Na Bacia de Campos, já foram registrados vazamentos nas plataformas PCE-1 e P-15. No Terminal de Paranaguá (PR), as equipes de contingência colocaram a segurança em risco durante bombeamento de GLP para a Repar.

NOVAS ADESÕES

A greve passou a contar com a adesão dos petroleiros de Pernambuco, que ingressaram no movimento às 23h de quinta-feira (17). Estão parados os trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima, do Terminal Aquaviário de Suape e do Gasoduto de Jaboatão. Segundo informações do Sindipetro PE/PB, as unidades da Petrobras no estado estão paralisadas e na madrugada desta sexta-feira, os trabalhadores interromperam o carregamento de óleo (bunker) para as carretas que abastecem as termoelétricas da região.

Na Bacia de Campos, subiu para 40 o número de plataformas que estão em greve, com adesão nesta sexta-feira dos petroleiros de Pargo (PPG-1). Cerca de 5 mil trabalhadores que atuam nas obras do Projeto de Ampliação de Processamento de Gás e Condensado (Plangas) do Terminal de Cabiúnas também aderiram à greve.

Em São Paulo, os trabalhadores da malha de  gás também somaram-se à greve, parando as estações de Suzano e Taubaté. No Espírito Santo, os petroleiros da  Estação Fazenda Alegre entraram no movimento e suspenderam no início da tarde desta sexta os carregamentos e descarregamentos de petróleo.

IMPACTOS NA PRODUÇÃO

Nas refinarias e terminais, a troca de turno continua suspensa em todas as bases da FUP, cujos sindicatos estão denunciando a Petrobras por manter os trabalhadores em cárcere privado. Na Repar, a greve já causou redução de cerca de 15% da produção. No Rio Grande do Norte, segundo o sindicato, 100% da produção das plataformas foi interrompida e os trabalhadores entregaram as unidades despressurizadas, com poços fechados e em estado de segurança.

A greve segue forte no Polo de Guamaré, onde os petroleiros paralisaram nesta sexta-feira a Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), interrompendo a produção de óleo diesel e querosene de aviação. A greve continua também nos campos de produção terrestre.

No Espírito Santo, os trabalhadores da estação de Fazenda Alegre suspenderam no início da tarde de hoje os carregamentos e descarregamentos de petróleo. A produção de GLP da UTGC (Unidade de Tratamento de Gás), em São Mateus, continua paralisada desde quinta.

Na Bahia, o comando de greve conseguiu parar a produção das estações C e D dos campos de produção terrestre em Miranga, fechando todos os poços, o que, segundo o sindicato, representa uma redução de 1.300 barris por dia.

ATRASOS NAS BASES DA FNP

Segundo informações dos trabalhadores das bases dos sindicatos ligados à FNP, até o momento não houve encaminhamento das direções de somarem-se à greve nacional. Os relatos divulgados por esses sindicatos é de atrasos na RPBC, UTGCA e Terminal de Pilões (Litoral Paulista); atrasos no Cenpes (RJ) e corte de rendição de turno no TABG (RJ), na Revap (São José dos Campos), Terminal da Transpetro no Pará, na Fafen-SE e algumas bases de produção terrestre.

A FUP espera que os trabalhadores dessas bases se somem à greve nacional, aumentando a pressão pela suspensão do leilão de Libra e pela retirada do PL 4330.

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QUADRO NACIONAL DA GREVE NAS BASES DA FUP

Plataformas e campos terrestres

Bacia de Campos: 40 plataformas.

Bahia: campos de produção terrestre de Miranga, Bálsamo, Araçás, Buracica e  22 poços do Ativo Norte.

Rio Grande do Norte: 22 plataformas marítimas e campos terrestres de Alto do Rodrigues, Campo do Amaro, Riacho da Forquilha, Base 34 e Campo de Estreito.

Espírito Santo: estação Fazenda Alegre

Refinarias

Estão parados os trabalhadores das refinarias de Duque de Caxias (Reduc/RJ), Manaus (Reman/AM), Paulínia (Replan/SP), Mauá (Recap/SP), Mataripe (Rlam/BA), Gabriel Passos (Regap/MG), Paraná (Repar), Alberto Pasqualine (Refap/RS), Abreu e Lima (Pernambuco), Potiguar Clara Camarão (RPCC/RN) além da SIX (usina de Xisto/PR) e da FAFEN (fábrica de fertilizantes/BA).

Transpetro

Na Transpetro, a greve atinge os terminais de Solimões (AM), Suape (PE), Jaboatão (PE), Madre de Deus (BA), Campos Elíseos (Duque de Caxias/RJ), Cabiúnas (Macaé/RJ), Guararema (SP), Guarulhos (SP), São Caetano (SP), Barueri (SP), São Francisco do Sul (SC), Itajaí (SC), Guaramirim (SC), Biguaçu (SC), Paranaguá (PR), Osório (RS), Canoas (RS) e Rio Grande (RS).

Gás, Biodiesel e Termoelétricas

Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC/ES);  malha do gás de São Paulo; usinas de Biodiesel da Bahia e de Montes Claros (MG); Termorio (Duque de Caxias) e Termoelétrica Aureliano Chaves (MG).

FUP 16 10bBrasília: entidades ligadas ao movimento sindical e popular

ocupam o Ministério, dia 16.

Manifestações pela suspensão do leilão de Libra continuam

Após realizarem marchas e manifestações contra o leilão de Libra na quinta (17) em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Natal, Salvador, Macaé, entre outras cidades do país, a FUP, junto com o MAB, CUT, CTB, CGTB e outras centrais sindicais e movimentos sociais voltaram a se manifestar nesta sexta. Com apoio do Sindipetro Unificado-SP, petroleiros e movimentos sociais ocuparam pela manhã o prédio da Petrobras, na Avenida Paulista, em São Paulo.

A FUP e seus sindicatos estão discutindo o tipo de manifestação que realizarão na segunda-feira, 21, data prevista para o leilão de Libra. Um ato estratégico está sendo debatido pelos petroleiros e será divulgado às vésperas do leilão.

Os trabalhadores do Sistema Petrobras, cuja história sempre foi de resistência às privatizações e luta incansável em defesa da soberania nacional, permanecerão em greve em todo o país para impedir que a maior reserva do pré-sal seja leiloada e fortalecer a luta da classe trabalhadora contra o PL 4330.

 

Fotos: Tânia Rego/Agência Brasil e FUP