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Grito dos Excluídos denuncia o golpe, a violência e o regime de privilégios no Brasil

06 de Setembro de 2018

Brasil

Manifestação agrega movimentos populares, pastorais sociais e sindicatos em todo o Brasil

“O Grito é um desabafo de quem está querendo gritar e não tem ninguém para escutar”, resume Carlos Silva, da Pastoral Metropolitana dos Sem Casa. Carlos é um dos organizadores do 24º Grito dos Excluídos, uma manifestação nacional que envolve pastorais sociais, movimentos populares, partidos políticos e sindicatos.

“O Grito é um espaço de mobilização dos setores das igrejas, não só da católica, já que nos últimos anos a gente tem conseguido aderir outras igrejas nesse movimento. É também um espaço onde as pessoas se sentem livres para trazer suas pautas, o que acaba envolvendo outros públicos”, explica Laísa Campos, da Cáritas Minas e uma das organizadoras do evento.

Com o tema “Desigualdade gera violência: basta de privilégios”, o Grito deste ano promove um debate com a sociedade em torno de três eixos, que envolvem o contexto de perda de direitos e de ataque à democracia. Há também uma reflexão sobre os setores que são privilegiados com a exclusão no país, como as elites empresariais e a violência estrutural do Estado, materializada, por exemplo, no extermínio da juventude negra, de indígenas e quilombolas.

Por que gritar?

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada no último dia 30 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego continua alarmante. São 12,9 milhões de pessoas à procura de trabalho no Brasil.

A isso se soma a reforma trabalhista, que precarizou o trabalho e abriu as portas da terceirização irrestrita, e a Emenda 95, que congelou investimentos em áreas sociais por 20 anos – como saúde, assistência social e educação. Todas as medidas aprovadas pelo governo golpista de Temer.

“Quem paga isso são os menos favorecidos”, ressalta Carlos. Há 25 anos, ele luta em defesa do direito de ter moradia digna para todos. E é também por isso que a Pastoral dos Sem Casa se soma ao Grito dos Excluídos. “Todos os lugares do poder público que a gente vai, que a gente pressiona, eles não dão resposta à altura. A gente já provou que existe terra para fazer casa de interesse social. Mas ainda somos muito pequenos em vista do gigante que é a especulação imobiliária”, completa.

Na capital paulista, haverá o tradicional ato organizado pela Central de Movimentos Populares (CMP), com apoio de entidades, como a CUT. A concentração terá início às 9h, na Praça Oswaldo Cruz, ponto inicial da Avenida Paulista. A manifestação seguirá pela Avenida Brigadeiro Luiz Antônio em direção ao Monumento às Bandeiras, ao lado do Parque do Ibirapuera.

Além do ato na capital, a CUT e sindicatos filiados estarão presentes nas mobilizações em São Bernardo do Campo (às 10h, na Rua João Basso, 231, em Ferrazópoliz); no Guarujá (às 13h, na Praça 14 Bis, em Vicente de Carvalho, na Avenida Santos Dumont, 6556) e em Campinas (às 9h, no Largo do Pará, localizado entre as ruas Barão de Jaraguá e Duque de Caxias e entre as avenidas Francisco Glicério e Aquidabã).

Fonte: Brasil de Fato e CUT-SP