Indústria de transformação paulista perdeu mais de 116 mil postos de trabalho em 2016
08 de Junho de 2017
Ramo
Dados são do Encontro do Macrossetor Indústria organizado pela CUT São Paulo na última terça-feira (6)
Conhecido no passado como a locomotiva do Brasil, o estado de São Paulo, em 12 anos, perdeu participação no PIB da indústria nacional e da indústria de transformação. Além de ser um reflexo da ausência de uma política industrial efetiva por parte do governo estadual, esse cenário piorou com as mudanças que a indústria vem passando neste momento de crise desde que o golpista Michel Temer assumiu a Presidência. O resultado não podia ser diferente: em 2016, São Paulo perdeu mais de 116 mil postos de trabalho e no acumulado dos últimos 12 meses (maio de 2016 a abril de 2017) foram fechadas mais de 74 mil vagas na indústria de transformação paulista.
Esses e outros dados fizeram parte das discussões do Encontro do Macrossetor Indústria, organizado pela CUT SP em 6 de junho, na capital. A atividade contou com a participação dos ramos químico, metalúrgico, da alimentação, da construção e madeira e do vestuário e calçados.
Indústria química
O coordenador da Fetquim Aírton Cano abordou no encontro a situação da indústria química em São Paulo. “Nos preocupamos com o êxodo e a migração da indústria química. Nosso desafio é sensibilizar vários setores nesse debate para discutirmos o aprofundamento da terceirização, da precarização e do home office (serviço remoto) porque, afinal, é o trabalhador quem está pagando o alto preço da crise e das reformas que querem aprovar no Congresso”, pontuou o dirigente.
Dados da subseção do Dieese CNQ/Fetquim mostram que, ao analisar os números absolutos, em 2006 o ramo químico no estado de São Paulo contava com 283.977 trabalhadores e, em 2015, com 309.136 trabalhadores, o que representa um crescimento de 8,8% no período.
No entanto, a partir de 2013, houve uma queda acentuada. Entre 2013 e 2015, o estoque de emprego caiu em mais de 25 mil postos de trabalho e a queda para 2016 está projetada em aproximadamente 4,5 mil empregos.
“Esse movimento de fechamento de postos de trabalho está diretamente ligado à queda da produção industrial que, por sua vez, tem reflexo na crise econômica que o país tem enfrentado em tempos de crise”, completou Cano.
Acompanhe aqui a cobertura da reunião pela imprensa da CUT São Paulo
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