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CUT trava luta global por direitos no Fórum Social Mundial e em Gaza

24 de Março de 2015

Brasil

Central participa de encontro na Tunísia e missão em solidariedade à Palestina

Entre o final de março e o início de abril, a CUT leva ao Fórum Social Mundial (FSM), na Tunísia, e em visita à faixa de Gaza, o território Palestino, a defesa de uma luta global por democracia e direitos.

Com o tema “Direitos e Dignidade”, o FSM volta à Universidade El Mar, em Tunis, capital tunisiana, dois anos após respirar a primavera árabe. Os movimentos brasileiros, mais uma vez protagonistas do encontro que começou em Porto Alegre há 14 anos, promoverão debates na tenda Brasil sobre racismo, o futuro da política no pós-2015 e as democracias.

Antes mesmo da abertura do Fórum Social, no mesmo lugar, entre os dias 22 e 23 de março, aconteceu o Fórum Mundial de Mídia Livre, que discutiu a produção, reprodução e integração da comunicação como estratégia fundamental de luta pela democracia.

Originalmente proposto por organizações como a CUT como resposta ao Fórum Econômico Mundial de Davos, o FSM redobra a importância de unificar os movimentos para lutar contra a onda de avanços de forças conservadoras, especialmente na América Latina.

Como ocorreu ao longo de sua história, a Central vai além da atuação sindical internacional e defende a unidade dos movimentos para além do mundo do trabalho, como a luta contra  o neoliberalismo os tratados de livre comércio e a organização global para enfrentar a globalização do capitalismo.

“Para a Central, o Fórum tem o papel fundamental de construir ações conjuntas com movimentos sociais de todas as regiões, especialmente pela Assembleia Geral que promovemos e são marcos de várias ações que se reproduzem regionalmente. A ideia é gerar força para promover ações práticas como a missão em Gaza”, destaca o diretor executivo da CUT, Rogério Pantoja.

O encontro ocorre num momento de tensão na Tunísia. Nesta quinta-feira (18), um ataque ao complexo do Parlamento da Tunísia deixou 19 pessoas mortas. A atividade, porém, está mantida e ganha ainda mais importância como bandeira em defesa da paz.

“Nossa resposta deve vir na participação em massa do FSA para fortalecer nossa defesa da democracia, da tolerância e do diálogo entre os povos”, defende Pantoja.

Missão palestina

O ação humanitária em Gaza foi um dos encaminhamentos definidos pelo Conselho Internacional do Fórum, que encontra eco na política da CUT de solidariedade ao povo e reconhecimento do Estado Palestino.

Na visita à Faixa de Gaza, território de 365 quilômetros onde vivem 1,2 milhão de pessoas, a missão encontrará  uma prisão a céu aberto, conforme define a ativista e coordenadora de Relações Internacionais da Campanhas Palestina Contra o Muro, Maren Mantovani. 

Nesse cárcere, aponta, quem detém a chave da cela é Israel, que acaba de eleger o partido nacionalista Likud, liderado por Benjamin Netanyahu. Durante a campanha, o primeiro-ministro israelense afirmou que sob seu governo não haveria Estado Palestino.

“A missão do Brasil até Gaza tem o objetivo de romper o cerco de Israel, ao menos simbolicamente, e levar solidariedade diretamente ao povo palestino que está não só sofrendo, mas também resistindo à ocupação e ao genocídio israelense. Entender o nível para o qual Israel leva uma política militar de bombardeios, de terror psicológico e de reflexão e abusos administrativos. Depois dessa missão repercutir o que se viu e fazer com que essa missão se transforme em uma solidariedade ativa, com debates mais embasados”, explicou.

A própria luta de Maren é resultado de uma visita de solidariedade, como militante do movimento estudantil italiano à Gaza, no início dos anos 2000, quando conheceu não só a face da brutalidade israelense, mas também o racismo e a desumanização de um povo. Enquanto do outro lado da fronteira disse enxergar a solidariedade e a generosidade entre os palestinos.

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