Mensagem às mulheres químicas: Não somos coadjuvantes, somos protagonistas!
07 de Março de 2016
Mulheres
O dia 08 de março é marcado pela história de luta pelos direitos das mulheres. Neste dia no ano de 1857, operárias tecelãs da cidade de Nova York lutaram por condições de trabalho mais dignas. A manifestação foi fortemente reprimida, muitas operárias foram presas, outras tantas esmagadas na tentativa de fuga e 129 morreram queimadas em seu local de trabalho, após ocuparem a fábrica, o patrão incendiou o local fechando todas as saídas. A luta e a resistência, portanto, marcam o dia 08 de março.
Passaram-se 159 anos e a luta e a resistência são ainda necessárias. Ser coadjuvante não é o papel que buscamos dentro da construção de uma sociedade mais justa e igualitária, queremos ser protagonistas. Entramos no mercado de trabalho, lutando e resistindo. Conquistamos o direito ao voto, lutando e resistindo. Ocupamos cargos públicos, lutando e resistindo. As estatísticas mostram que estudamos mais, que temos dupla jornada, que morremos vítimas do machismo ou por conta da falta de liberdade do direito ao nosso próprio corpo, mas as estatísticas não conseguem mensurar o quanto lutamos e resistimos. Nossa luta e resistência são imensuráveis!
Entendemos que historicamente os espaços de tomada de decisões e de disputas foram-nos tirados por uma sociedade patriarcal e machista. A reprodução de práticas machistas está presente em vários espaços e enquanto estas práticas existirem, continuaremos lutando e resistindo. A nossa participação no Ramo Químico cresce a cada ano e temos grande representatividade em alguns setores, tal situação é reflexo da capacitação das mulheres e como impacto também a maior participação das mulheres nos sindicatos. No último congresso da CNQ, realizado em julho de 2013, a composição da direção plena foi constituída através do mecanismo de cota de gênero que estabelece participação mínima de 30% de um dos sexos. Atualmente, são 11 mulheres na direção que inclui a presidência da entidade, reforçando a importância das mulheres em diretorias e pastas estratégicas no movimento sindical.
A escritora francesa Simone de Beauvoir nos diz que: “É pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem, somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta. ”, foi através do trabalho que nós ganhamos independência, nos fortalecemos e iniciamos as nossas batalhas. Comemoremos as vitórias, mas jamais esmoreceremos diante dos desafios. Nosso objetivo é que protagonizemos um mundo mais igualitário, mais justo, mais livre e com mais oportunidades para todos e todas, para tanto, haverá luta e haverá resistência. A morte das nossas bravas companheiras, jamais será em vão.
Lucimar Rodrigues está à frente da Secretaria da Mulher Trabalhadora da CNQ-CUT e é diretora do Sindicato dos Químicos do ABC