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MST lança novos livros da coleção que discute a realidade agrária

03 de Agosto de 2013

Cultura

                    O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) lançou mais três livros da coleção "A questão...

wilson dias abr-
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) lançou mais três livros da coleção "A questão agrária no Brasil". Organizada pelo próprio movimento, a coleção reúne artigos e ensaios de diversos autores sobre a nova realidade agrária, influenciada pelo agronegócio. "Eles não pensam agricultura para produzir alimentos. Eles pensam para dar lucros. Se hoje o etanol dá lucro, então vai todo mundo para a cana", diz João Pedro Stédile, integrante da coordenação nacional do MST e organizador da coleção, em entrevista à TVT.

Os novos livros (volumes 6, 7 e 8 da coleção) trazem uma retrospectiva da questão agrária nas últimas duas décadas. O volume 6 debate a questão agrária na década de 1990 e apresenta análises sobre a política após o fim da ditadura. O volume continua a análise histórica e apresenta pontos do debate feito de 2000 a 2010, quando se inicia o predomínio do agronegócio na agricultura brasileira. Já o último volume traz análises sobre a reforma agrária na última década e diferentes interpretações frente ao argumento de que não há mais necessidade de reforma agrária no Brasil

Para Stédile, o modelo atual de reforma agrária está ultrapassado, não se tratando apenas de garantir trabalho para quem planta, mas de garantir a soberania alimentar a partir do oferecimento de terra para produzir alimentos para o povo: "É para garantir milho pro brasileiro, não para exportar. E não é qualquer alimento: é alimento saudável, porque hoje o Brasil virou o maior consumidor mundial de venenos. 500 mil novos casos de câncer aparecem no Brasil e os cientistas têm nos avisado que 90% deles são originários do veneno que tem na comida."

Os livros são editados pela Expressão Popular e cada um deles custa R$ 20.
 
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
 
Confira a entrevista de João Pedro Stédile para a TVT (2 minutos e 31 segundos):