Mulheres químicas contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver
18 de Novembro de 2015
Mulheres
CNQ-CUT presente na MArcha das Mulheres Negras que acontece nesta quarta-feira, 19, em Brasília
As mulheres do ramo químico da CUT integram hoje, 18 de novembro, a grande caravana popular a Brasília para realização da Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver.
Mulheres e homens vindos de todos os cantos do Brasil se reúnem em Brasília para dar visibilidade às temáticas raciais femininas, abordando questões como a violência, diversidade, empoderamento das mulheres e reparação histórica ao povo negro no Brasil. A iniciativa foi oficializada na III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir 2013).
A expectativa é que cerca de 20 mil mulheres, trabalhadoras do campo e quilombolas participam do evento. A marcha celebrará também o Dia da Consciência Negra, data que lembra a luta do líder Zumbi de Palmares pela liberdade e direitos dos(as) negros(as).
Para a coordenadora da Secretária da Mulher Trabalhadora da CNQ e dirigente do Sindicato dos Químicos do ABC, Lucimar Rodrigues, essa articulação é importante porque reúne toda a diversidade das mulheres negras: as jovens, as mulheres de igrejas e terreiros, as domésticas, as operárias e lideranças dos movimentos sindical e social buscando fortalecer a luta contra o racismo, a discriminação, o sexismo e a violência.
“Esta marcha, pioneira e histórica, acontece num momento em que as mulheres estão tomando as ruas do país contra o conservadorismo do Congresso Nacional, liderado pelo deputado Eduardo Cunha. Nosso grito é contra a violência e pelo bem viver, queremos igualdade de oportunidade, queremos respeito. Por isso vários sindicatos filiados à CNQ estão presentes nesta marcha”, afirma Lucimar.
Década Internacional dos Afordescendentes
Para a professora Anatalina Lourenço, presidente do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico-Racial do Estado de São Paulo (Feder/SP), a marcha também é relevante por debater as questões das mulheres negras brasileiras na Década Internacional dos Afrodescendentes, declarada pelas Nações Unidas para o período 2015-2024 com o mote "reconhecimento, justiça e desenvolvimento".
A educadora avalia que, além do racismo, do sexismo e a homofobia, outro ponto importante nesse embate é descolonizar o currículo do ensino porque o universo escolar é tão perverso quanto outros espaços, num racismo estruturante que permeia as relações no país e exclui, principalmente, as meninas negras.
"Temos dois estereótipos contundentes, o de negras assexuadas ou só sexualizadas e nesse inconsciente coletivo não somos nem uma coisa, nem outra. Não somos Tia Anastácia, nem mucamas. Somos como qualquer outra mulher, com desejos e anseios como nossas meninas, somos mulheres pretas que lutam e que têm percepção do seu papel social", conclui.
Com informações da CUT-SP (Flaviana Serafim) e CUT Nacional