Na Bahia, greve paralisa fábrica da multinacional Oxiteno no Polo de Camaçari
05 de Dezembro de 2015
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Em duas semanas de mobilizações está é a oitava fábrica a ter suas atividades paradas pelo Sindiquímica
Foto Thiago Cruz
Mais uma fábrica petroquímica teve suas atividades paralisadas. Hoje (02), a greve atingiu a multinacional Oxiteno, que é a maior unidade industrial de Óxido de Eteno e derivados da América Latina. A empresa funciona no Polo de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS). Devido à paralisação, a rendição do turno está comprometida, alguns trabalhadores estão concentrados na área externa da fábrica. Já os funcionários do administrativo foram liberados pela empresa para retornarem às suas residências.
“A adesão dos trabalhadores ao movimento é geral, a empresa está parada, isso prejudica a produção”, explica o diretor do Sindiquímica, entidade que representa a categoria, Carlos Itaparica. Além disso, os sindicalistas bloquearam o portão principal da Oxiteno, impedindo a entrada e saída de carretas com os produtos.
Os petroquímicos entraram na segunda semana de mobilizações. Ontem (01), os trabalhadores do turno, administrativo e terceirizados da Elekeiroz, fábrica que pertence a Itaúsa, dona do banco Itaú, paralisaram as atividades. A partida da fábrica que estava marcada para esta terça-feira não aconteceu por conta da greve. Na semana passada, a greve atingiu duas unidades do grupo Unigel: Estireno e Acrinor, duas unidades da Braskem: PE2 e PVC, além da Deten e Monsanto.
Os trabalhadores exigem reajuste salarial de 10,33% e avanços na pauta de reivindicações. Este é o segundo ano consecutivo que as empresas petroquímicas não oferecem ganho real e abandonam a mesa no meio das negociações da campanha salarial. “Ano passado, a Convenção Coletiva da categoria deixou de ser assinada porque não houve acordo entre o Sinpeq (sindicato patronal) e o Sindiquímica, será que em 2015 também passaremos por isso?”, questiona Carlos Itaparica.
A estratégia do sindicato é parar uma por uma todas as empresas do Polo de Camaçari até atingir o objetivo que é de pressionar o patronato a retomar as negociações. Se isso não acontecer, o Sindiquímica ameaça greve dos trabalhadores petroquímicos por tempo indeterminado.