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Não podemos deixar o terrorismo econômico acabar com a democracia, alerta economista na reunião da direção da CNQ

25 de Fevereiro de 2015

Ramo Químico

Apresentação sobre a conjuntura econômica com André Biancarelli deu início na manhã desta quarta-feira, 25,

Apresentação sobre a conjuntura econômica com André Biancarelli, Professor do Instituto de Economia da Unicamp, deu início na manhã desta quarta-feira, 25, à reunião da direção da CNQ, que acontecerá até o dia 27 de fevereiro, em Guarulhos.

André Biancarelli abordou, de forma pedagógica, as diferenças entre ajuste na macroeconomia e ajustes nas estratégias econômicas de desenvolvimento, posicionando, ponto a ponto, o forte ajuste fiscal do governo Dilma e a chamada "caixa de maldades" e suas consequencias.

Para Biancarelli, a escolha da equipe econômica de Dilma foi pela política de chegar ao purgatório agora para depois retornar ao paraíso. Ou seja: segurar a economia, ajustar as contas para depois continuar a crescer. Mas as grandes divergências, segundo ele, não estão na macroeconomia, elas se localizam na estratégia de desenvolvimento.

“A pauta econômica foi importante na eleição. Estávamos diante de dois projetos, de visão de mundo e Dilma pautou a defesa do emprego, do pré-sal, contra o tarifaço. Mas havia desequilíbrios crescentes. Seria necessário um ajuste. Mas qual? O problema é fazer um ajuste que não jogue fora o crescimento com distribuição de renda e desenvolvimento”, pontuou o professor. “Mas a saída foi abraçar uma parte da agenda derrotada do ponto de vista macroeconômica. Joaquim Levy é uma figura que representa isso. Do ponto de vista macroeconômico, a agenda é do sistema financeiro”, disse.

O professor também destacou que a conjuntura política é pior do que a econômica e muito mais difícil de entender. “Está em curso um terrorismo econômico. O recente boato do confisco da poupança é desespero e golpismo puro. E a estratégia de comunicação do governo não ajuda, é muito mal”.

Além das críticas na parte econômica, André apontou as questões políticas que na sua opinião são fundamentais para não jogar fora os ganhos que tivemos na distribuição de renda e desenvolvimento nos últimos anos:

- Defesa da retomada do investimento público;

- Pautas progressistas no ajuste fiscal, na reforma tributária particularmente, como o imposto sobre grandes fortunas;

- Defesa do emprego

- Defesa da Petrobras, da nacionalização do Pré-sal e do regime de partilha;

- Não deixar o terrorismo econômico acabar com a democracia.

“A defesa da democracia e da legitimidade é fundamental, Não pode haver hesitação em momento algum”, frisou o professor.