Nota da CUT sobre os episódios relativos à tarifa de transporte coletivo
14 de Junho de 2013
Geral
Falta de políticas públicas de mobilidade urbana é o real motivo das manifestações Dia 13, manifestação no Rio de...
Falta de políticas públicas de mobilidade urbana
é o real motivo das manifestações
Dia 13, manifestação no Rio de Janeiro
As recentes manifestações contra as tarifas dos transportes coletivos em várias capitais brasileiras ganharam visibilidade por conta da repressão policial e da violência que deixaram centenas de feridos e um rastro de destruição, principalmente em São Paulo.
Milhares de pessoas foram às ruas reivindicar redução de tarifa inferior a cinquenta centavos. É evidente que esta não é a real razão dos atos. O que as manifestações e seus desdobramentos desastrosos revelam é uma população, em especial a paulista, cansada de ser vítima da falta de uma política de mobilidade urbana.
Os trabalhadores e trabalhadoras do Estado de São Paulo e de outras regiões do País não aguentam mais enfrentar longas e intermináveis filas de espera por ônibus, trens e metrôs sempre lotados e de péssima qualidade para ir e voltar do trabalho.
O poder público precisa criar canais de diálogo e de negociação com a sociedade para, juntos, debater e encontrar saídas para a questão da mobilidade urbana.
Nesse sentido, a CUT se dispõe a conversar com o poder público e apresentar propostas que contribuam para a solução do problema, para a melhoria da qualidade do transporte coletivo e, consequentemente, a vida dos/as trabalhadores/as e da população em geral. Sugerimos também a realização de uma conferência para discutir a mobilidade urbana.
Uma das responsáveis pela construção da recente democracia brasileira, a Central Única dos Trabalhadores reafirma a sua posição em defesa da liberdade de manifestação e destaca que a repressão policial em nada contribui com o processo.
A CUT repudia os episódios de violência entre a polícia e grupos isolados e reconhece que em todo movimento legítimo pode haver pessoas que deturpam seus objetivos, mas essas são exceções e não justificam a criminalização de manifestações e atos legítimos. Não é possível generalizar e punir todos pela inconsequência de alguns.
No final da tarde desta sexta-feira (14), a CUT entrou em contato com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que se comprometeu a receber lideranças do movimento. A CUT defende a formação imediata de uma mesa de negociação e entendimento entre os atores envolvidos (movimentos sociais e governos) nas questões de mobilidade urbana. A Central está disposta a participar dessa mesa e contribuir com o processo de solução desses conflitos e atender às necessidades básicas da sociedade, caso dos transportes públicos.
São Paulo, 14 de junho de 2013.
Vagner Freitas Sérgio Nobre
Presidente Nacional da CUT Secretário-Geral Nacional da CUT
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil