Nova parada geral emergencial na REPLAN: é a terceira em menos de 30 dias
01 de Novembro de 2017
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Atualização com Nota de Esclarecimento - 19h18min
NOTA DE ESCLARECIMENTO
O Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP) esclarece que a parada emergencial ocorrida na tarde desta quarta-feira (01/11), na Refinaria de Paulínia (Replan), não foi ocasionada por falha da CPFL Paulista.
Inicialmente, a direção do Sindicato foi informada que o problema tinha origem na oscilação de energia fornecida pela companhia. Após criteriosas apurações, os dirigentes sindicais constataram que a parada foi causada por avarias no sistema de ar comprimido da refinaria, conforme divulgado na nota oficial do Unificado.
A Replan sofreu na tarde desta quarta-feira (01.11) uma parada operacional de emergência, a terceira registrada em menos de 30 dias. Uma gigantesca nuvem formada pela mistura de gasolina, GLP e óleo diesel vaporizados, com alto grau de explosividade, foi lançada pelas chaminés da refinaria. O sucateamento e a redução do efetivo operacional transformaram a Replan em uma bomba relógio, na iminência de uma tragédia.
Os dirigentes do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP) foram impedidos de entrar na refinaria, mesmo após o fim da emergência, em mais uma conduta antissindical e suspeita da atual gerência. “O Sindicato foi barrado na entrada da refinaria. Por que não deixaram a gente entrar para apurar o que estava ocorrendo?”, questiona o diretor sindical Arthur Bob Ragusa.
Do lado de fora, e em contato direto com os trabalhadores dentro da refinaria, a direção do Sindicato levantou que a falta de ar comprimido, responsável pela operação de muitos equipamentos, ocasionou o descontrole da unidade de craqueamento (processo de quebra das cadeias de carbono do petróleo). O Sindicato investiga agora se esse problema foi causado pela interrupção de energia elétrica, que provocou duas paradas emergenciais na Replan, no mês de outubro.
A falta de ar comprimido gerou uma perda de referencial no craqueamento e causou um processo chamado reversão, que faz com que a carga do reator desça, ao invés de subir. As válvulas controladoras, que são hidráulicas, não fecharam e todo o volume de gás e óleo pulverizados saiu na chaminé da caldeira e foi lançado na atmosfera em forma de uma nuvem escura e gigante.
“Essa nuvem é muito perigosa e caso encontre uma fonte de ignição pode haver uma grande explosão”, afirmou o coordenador da Regional Campinas do Unificado, Gustavo Marsaioli.
A nuvem escura se dissipava no ar há quase 30 minutos, quando a empresa tocou o alarme de evacuação das unidades. Os trabalhadores, muitos deles assustados, se deslocaram para áreas de segurança da empresa, chamadas de ponto de encontro. A situação foi controlada duas horas e meia mais tarde. O pessoal do administrativo foi liberado para voltar aos seus postos, mas a área operacional continuou esvaziada.
A situação grave e caótica escancara, mais uma vez, a incompetência da gerência da Replan e a ineficiência do estudo de Organização e Métodos (O&M) da Petrobrás, que implementou a redução do efetivo na Refinaria de Paulínia e em várias outras unidades do país. “A falta de efetivo amplia demais a dificuldade de controlar uma emergência e de ter sucesso nesse controle. O incidente de hoje é fruto da irresponsabilidade gerencial da Petrobrás”, declarou Bob Ragusa.
Por Alessandra Campos - Assessora de Comunicação - Sindipetro Unificado-SP