Para Sindicato, morte do trabalhador na Cia Suzano foi uma tragédia anunciada

O Sindicato dos Papeleiros de Mogi realizou protesto com paralisação na Cia Suzano na manhã desta quarta-feira, 06/5(foto), para denunciar que a morte do trabalhador Paulo César Gonçalves de Oliveira, de 31 anos, poderia ter sido evitada se a empresa tivesse dado atenção às notificações do Sindicato sobre os riscos da estocagem interna de bobinas e para exigir melhores condições de segurança para os trabalhadores.

“Recentemente a Cia Suzano mudou a estocagem de materiais, colocou o estoque de bobinas internamente. O Sindicato vem falando que isso é prejudicial aos trabalhadores, notificou a empresa e ela não deu importância, por isso falamos em tragédia anunciada”, afirmou o secretário geral do Sindicato dos Papeleiros de Mogi, Daniel de Araújo Matos.

Paulo César Gonçalves de Oliveira morreu na noite desta segunda-feira, 4/5, após ser atingido por uma bobina de papel de 4 toneladas. A esposa de Paulo disse ter recebido informações de outro trabalhador da empresa que o marido dela operava uma máquina por controle remoto e ao retirar uma bobina de papel de uma pilha, esta se soltou do maquinário e caiu sobre a região pélvica da vítima, que ficou prensada. Os bombeiros da empresa foram acionados para socorrê-lo.

“É a quinta morte que temos na Cia Suzano e não dá para imputar culpa à vítima, limpar o sangue do trabalhador e continuar a produção. Nós sabemos que a máquina continua produzindo, só parou por uma questão de ser agora parada geral. Nós estamos apurando junto ao Ministério do Trabalho e não podemos deixar isso mais acontecer”, disse Daniel.

O Ministério do Trabalho de Guarulhos e o Sindicato dos Papeleiros fizeram uma vistoria na empresa Suzano Papel e Celulose na tarde desta terça-feira (5).