Paraná: petroleiros da Repar deflagram greve em defesa da segurança
15 de Dezembro de 2013
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O movimento começou na tarde deste domingo, dia 15, com o corte da rendição Os trabalhadores da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em...
O movimento começou na tarde deste domingo, dia 15, com o corte da rendição
Os trabalhadores da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, com o corte da rendição, a partir da tarde deste domingo (15). O motivo é o impasse nas negociações com os gestores da empresa em relação à pauta de reivindicações sobre segurança.
A Unidade de Destilação (U2100) - que sofreu um acidente no dia 28 de novembro com explosão seguida de incêndio, e paralisou a produção de toda a refinaria desde então - teve suas obras de recuperação concluídas. A entrada em operação possivelmente aconteceria ainda neste domingo, mas os petroleiros entenderam que não há condições de segurança para que isso aconteça e resolveram cruzar os braços.
O Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro) também aponta como motivo da greve a falta de efetivo próprio na Repar. Com as obras de ampliação, a produção praticamente dobrou, mas o número de trabalhadores não acompanhou a evolução. Levantamento realizado pelo Sindipetro, junto aos petroleiros da refinaria, apontou que são necessárias quinhentas contratações imediatas para atingir um efetivo mínimo necessário.
Assembleias na Repar reafirmam greve, aprovam atrasos e ‘operação salvaguarda’
Os graves problemas de segurança e saúde na refinaria levaram os trabalhadores a debater e construir uma pauta de reivindicações em assembleias. Foram elencados 17 itens considerados fundamentais para melhorar as condições de trabalho e garantir a segurança.
Aumento do número de empregados próprios, recuperação da unidade atingida de acordo com relatórios sobre as condições de segurança sob a percepção dos trabalhadores da operação e da manutenção, cumprimento das normativas sobre cursos de capacitação e integração dos funcionários contratados para o reestabelecimento da unidade com a empresa, cumprimento das recomendações de inspeção de equipamentos e o acompanhamento rigoroso da saúde dos trabalhadores envolvidos na emergência e também dos que atuaram na limpeza da U2100 são alguns dos pontos da pauta.
O documento com as reivindicações foi encaminhado à direção da Repar no dia 10 e a negociação com os representantes do sindicato aconteceu no dia seguinte. Os gestores pediram um prazo de 24 horas para dar uma resposta aos sindicalistas. Porém, o retorno ficou muito aquém das expectativas. Os únicos pontos atendidos foram a elaboração de relatório contendo as condições de segurança para da unidade e o cumprimento das recomendações de inspeção de equipamentos, que até o fechamento desta matéria a empresa se negava a assinar.
A resposta da pauta por parte da empresa foi motivo de novas assembleias, promovidas entre os dias 12 e 13 que, por grande maioria, rejeitaram a proposta apresentada, reafirmaram a greve e deliberaram por realizar atrasos de uma hora a cada troca de turno e horário administrativo. Além disso, os trabalhadores realizarão a ‘Operação Salvaguarda’, que consiste no cumprimento rigoroso das normas de segurança e restrição de liberações de PTs. Essa mobilização pode tomar patamares maiores a qualquer momento. O retorno da U2100 pode ficar comprometido se a categoria identificar condições inseguras.
Fonte e foto: Sindipetro PR-SC.