Paridade é realidade na CUT São Paulo
28 de Agosto de 2015
Mulheres
Rompendo o machismo e celebrando a igualdade, mulheres efetivam conquista histórica e passam a ocupar 50% dos cargos da direção executiva estadual
Foto: Foto: Gerardo Lazzari
A paridade com 50% de mulheres e homens na direção da CUT São Paulo marca uma conquista histórica na maior central da América Latina, resultado de muita luta pautada por um processo coletivo no qual elas e eles se uniram pela igualdade. A medida se torna exemplo para outras centrais sindicais do Brasil e do mundo.
Aprovada no 13º Congresso Estadual da CUT/SP, realizado em maio de 2012, e também no 11º Congresso Nacional da CUT (CONCUT), em julho do mesmo ano, a resolução agora se torna realidade na prática e resgata um ponto que está na essência da central, que é sua construção por mulheres e homens desde a Comissão Pró-CUT, há mais de 30 anos.
Até então, a direção executiva estadual tinha 14 secretarias, sendo cinco ocupadas por mulheres e nove pelos homens. Agora serão 16 secretarias, com oito mulheres e oito homens unidos na condução da CUT São Paulo.
"Com isso, a temática de gênero e a transversalidade estarão postas em todos os debates e com igualdade nas discussões, articulações e votações. Isso vai fazer uma grande diferença para os sindicatos e vai se refletir também nas trabalhadoras e trabalhadores da base", comemora Sônia Auxiliadora, que foi secretária da Mulher Trabalhadora no último período e hoje assume a Secretaria de Política Sindical.
E a dirigente completa: "Com a igualdade, queremos puxar para cima e não para baixo porque, quando melhora a vida das mulheres, melhora a vida de toda a sociedade".
Nova secretária da Mulher Trabalhadora, Ana Lucia Firmino, do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo, fala sobre os desafios do próximo período.
Com a atual conjuntura política serão muitos desafios, pois o movimento sindical no Brasil sempre foi muito machista. Além das questões do mundo do trabalho, temos os desafios domésticos e institucionais", avalia.
Oriunda de uma categoria majoritariamente formada por mulheres, Ana Lucia destaca que é necessário continuar a luta construída até o momento.
"É um embate no qual matamos um leão por dia porque temos o mundo machista que ainda nos impõe uma sociedade patriarcal, com uma visão de que a mulher não pode ter o poder", conclui
História
O espaço às mulheres na central se ampliou a partir da cota mínima de gênero de 30%, aprovada para os cargos de direção na 6ª Plenária Nacional da CUT, em 1993.
Uma década depois, no 8º CONCUT, a Comissão Nacional sobre Mulher Trabalhadora foi transformada em Secretaria Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT. Já a Comissão Estadual sobre a Mulher Trabalhadora conquistou a condição de Secretaria Estadual em 2006, no 11º CECUT.
Na 13ª Plenária Nacional da CUT, em 2011, a paridade na direção foi definida como prioridade, numa decisão tomada por consenso e texto conjunto apresentado pelas cinco correntes políticas da central – Articulação, O Trabalho, CSD, Articulação de Esquerda e Tendência Marxista.