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Passeatas, greves e marchas: dia 22 foi o esquenta para greve geral

22 de Setembro de 2016

Brasil

Classe trabalhadora em luta por direitos e contra o golpe no Dia Nacional de Paralisação Rumo à Greve Geral

Em todas as regiões do país, no campo e na cidade, a classe trabalhadora deu o recado: golpistas não terão vida fácil e não dormirão tranquilos se resolverem levar adiante o projeto de retirada de direitos previsto pelo governo ilegítimo de Michel Temer.

Movimentos de ao menos 13 estados cruzaram os braços e organizaram atos públicos convocados pela CUT, demais centrais e organizações que compõem as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo neste Dia Nacional de Paralisação e Mobilização Rumo à Greve Geral e por Nenhum Direito a menos.

A Paraíba foi um dos estados em que a mobilização começou desde as primeiras horas da manhã. Motoristas e cobradores promoveram piquetes e impediram a cruzaram os braços, impedindo a circulação de ônibus e trens da CBTU, em João Pessoa.

Também por lá, comerciários organizados pelo Sinecom-JP e Contracs aderiram à paralisação. Da mesma forma que os trabalhadores da Sindipetro-PE/PB, que realizaram assembleias nas bases.

No Paraná, como em todo o sistema Petrobrás, tudo parado, incluindo a Repar (Refinaria Presidente Vargas), em Araucária. Em Curitiba, trabalhadores dos Correios organizaram um ato em defesa da empresa.

No Rio Grande do Sul, uma grande marcha tomou as ruas de Porto Alegre. A truculência, porém, foi forte na Carris, a empresa municipal de transporte coletivo de Porto Alegre, algo que não diminuiu a mobilização.

Em Goiás, a concentração foi na Alego (Assembleia Legislativa de Goiás). Os servidores estaduais da saúde pública estão no terceiro dia de Greve. Cerca de 2000 trabalhadores denunciaram o desmonte da rede de seguridade social promovido pelo governo golpista e parte do Congresso.

No Espírito Santo, os metalúrgicos trancaram a BR logo às quatro da manhã para denunciar o golpe, enquanto em Minas Gerais, professores estaduais, metroviários e bancários realizaram uma assembleia na Praça da Estação. Eletricitários, metalúrgicos e trabalhadores dos Correios em BH partiram da porta da Cemig em caminhada até a praça Sete. Alunos realizaram uma assembleia e paralisaram a UFMG. Professores municipais fizeram assembleia na praça Afonso Arinos. Em Contagem, os metalúrgicos trancaram a rodovia local às 4h.

A capital do Pará, Belém, teve uma passeata que saiu de São Brás e seguiu pela Avenida Nazaré rumo à Praça da República. Também houve um ato em frente à TV Liberal, afiliada à Globo, para denunciar a participação da mídia no golpe.

Em Brasília, a manifestação começou cedo com panfletagem dos comerciários e bancários na W3 Sul. Várias categorias realizarão atos, assembleias e paralisações ao longo dessa quinta feira.  Na capital do Amapá, Macapá, centrais sindicais e movimentos sociais realizaram um ato público na região central.

Em Florianópolis, capital de Santa Catarina, os trabalhadores do setor de transporte paralisaram por duas horas as atividades. No Rio Grande do Norte, estudantes fecharam a UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e trancaram os acessos à rodovia local.

Em Recife, trabalhadores fecharam a a Avenida Sul e Imperial. Em frente a Fiespe, houve um ato contra os retrocessos que podem atingir a classe trabalhadora.

No Piauí, a paralisação ocorreu na Praça da Bandeira. Em Fortaleza, capital do Ceará, desde oito horas manifestantes de diversos sindicatos e centrais sindicais realizam ato em uma das principais avenidas do centro, a Duque de Caxias. Em frente ao Banco do Brasil, o movimento fez um ato para fortalecer a greve dos bancários.

Também no estado, jornalistas cearenses participam do Dia Nacional de Paralisação e Mobilização contra as medidas do governo federal que atacam a classe trabalhadora, como a flexibilização da CLT, a reforma da previdência e os projetos de lei em discussão no Congresso que congelam o gasto público e provocam retração de direitos.

Os dirigentes do Sindjorce denunciaram no ato o arrocho salarial que os jornais do estado querem impor aos profissionais de imprensa.

Os atos em São Paulo ocorreram no ABC, capital e interior. Os metalúrgicos do ABC promoveram uma grande concentração na Avenida Roberti Kennedy, em São Bernardo do Campo. Na fábrica da Toyota também teve paralisação.

Ainda em São Bernardo, trabalhadores ligados ao Sindicato dos Profissionais da Confecção paralisam atividade na empresa Via Santony. Enquanto os químicos cruzaram os braços na empresa Ortobom, em São Bernardo, Davene, em Diadema, e na Solvay, em Santo André.

Na sede do Bradesco, na Cidade de Deus, em Osasco, onde atuam 10 mil pessoas, ocorreu paralisação neste dia de luta.

O pessoal da garagem do serviço funerário da cidade de São Paulo suspendeu as atividades. Os operários do canteiro de obras da Sirius e os trabalhadores centro de tecnologia de Campinas também se integraram à mobilização.

Houve paralisação do Sindicato dos Metalúrgicos em Taubaté, que se concentram na Praça Dom Epaminondas e seguiram em caminhada até a Rodoviária Velha. Em São Carlos, houve atraso na entrada do turno dos metalúrgicos na empresa Tecumseh.

Movimento do Sindsaúde, na porta da Secretaria Estadual de Saúde, próximo ao Hospital das Clínicas. Haverá uma assembleia de trabalhadores Estadual de Saúde e uma passeata até o vão livre do Masp.

Dia de paralisação termina com milhares na avenida Paulista

Na tarde desta quinta-feira (22), um grande ato, em São Paulo, encerrou o “Dia Nacional de Paralisação e Mobilização”. De acordo com a organização, 30 mil pessoas compareceram ao protesto, que começou na avenida Paulista e terminou na Praça da República, ambos endereços na região central da capital paulista.

O ato finalizou um dia de atividades em todo o País, com importante adesão da classe trabalhadora, que paralisou fábricas e se mobilizou em ruas e praças, para pedir a saída de Michel Temer da presidência e a preservação dos direitos trabalhistas. As categorias presentes se uniram aos bancários, que estão em greve há 17 dias.

O secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, alertou para os riscos da gestão comanda por Michel Temer. “Esse governo quer destruir a previdência para que os bancos possam oferecer esse serviço. Eles querem a reforma trabalhista para voltar ao período pré-Getúlio, vamos ter empresas sem trabalhadores. Não há um único trabalhador no Brasil que não tenha motivos para estar na rua, lutando por seus direitos”, encerrou.

Para o afirmou o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, o ato correspondeu às expectativas. “Hoje, os municipais, os metalúrgicos e outras categorias se uniram aos bancários, que já estão em greve, para promover um grande dia de luta em defesa dos direitos trabalhistas. É um primeiro passo rumo à greve geral.”

Da mesma forma pensa o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques. “Foi muito boa a adesão às paralisações. O clima dos trabalhadores é de apreensão, pela perda de emprega e pela perspectiva de perda de direitos e salários. Deu para perceber que há uma vontade muito grande de partir para a greve geral, a assembleia geral aprovou a greve geral”, afirmou Rafael.

Fonte: Igor Carvalho e Luiz Carvalho (CUT). Fotos: Valdir Lopes