Petrobras: corpo de operador é encontrado morto dentro do tanque na Reduc
03 de Fevereiro de 2016
Petrobras
Foi localizado no final da tarde desta terça-feira (02/02), o corpo do técnico de operação da Reduc que estava desaparecido desde a noite do dia 31 de janeiro. Conforme havia apurado o Sindipetro Duque de Caxias, ele caiu dentro de um tanque, cuja temperatura era de 75º C. O teto do reservatório cedeu, quando o operador subiu para aferir o nível de armazenamento. Segundo o sindicato, os gestores da Reduc sabiam que a estrutura estava bastante comprometida por causa da corrosão e nada fizeram para garantir a segurança dos trabalhadores.
Em 2013, durante uma inspeção de equipamentos na refinaria, foi recomendada, inclusive, a troca do teto do tanque onde o operador morreu. Em 2014, o Ministério do Trabalho interditou vários desses reservatórios devido ao nível acentuado de corrosão nas escadas de acesso e nos tetos. Ou seja, o que aconteceu na Reduc foi muito mais do que um acidente grave de trabalho. Foi um crime. O Artigo 132 do Código Penal é claro: "expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente" é crime!
Nesta terça-feira, antes do corpo do operador ser resgatado, o Comitê de SMS do Conselho de Administração da Petrobrás, que é coordenador pelo conselheiro eleito Deyvid Bacelar, esteve na refinaria para ouvir os trabalhadores e os gestores sobre o acidente. Vários relatos confirmaram as denúncias do sindicato sobre as condições precárias de segurança dos tanques, que, além do processo acentuado de corrosão, não têm iluminação adequada, pontilhão (passarela para acesso), corrimão e guarda-corpo.
O conselheiro solicitou à Reduc os relatórios da inspeção de equipamentos com recomendações para o tanque onde o operador caiu, bem como notas de manutenção que possivelmente tenham sido abertas, relatórios de inspeção de segurança do SMS, atas da CIPA, autos de infração do MTE, entre outras informações referente ao tanque e demais reservatórios. Deyvid também cobrou da Gerência Executiva do Refino e do SMS Corporativo que seja proibido o acesso ao teto dos tanques da Reduc até que as estruturas metálicas sejam vistoriadas e as causas do acidente, identificadas.
A direção da FUP realizou nesta quarta-feira (03), pela manhã, um ato em frente à Reduc, cobrando condições seguras de trabalho e a responsabilização dos gestores por mais esta morte anunciada. (Com informações da FUP)
Depoimento de Marcello Bernardo, cipista na REDUC
Acaba de ser confirmado. Petroleiro Luis Antonio Cabral de Moraes, o Companheiro Cabral, foi achado sem vida dentro de um tanque na REDUC. Depois da suspeita desde o último dia 31.
Mais uma morte, mais um acidente no sistema Petrobrás. Nós que trabalhamos dia a dia pra produzir a energia desse país sofremos.
Infelizmente, a política de sucateamento e privatização deixa mais uma vítima. Até quando? Esta morte se confirma no mesmo dia em que o jornal O Globo noticia a possibilidade de abertura do capital da própria REDUC.
Precisamos nos unir, e impedir o sucateamento e a privatização.
- Companheiro Cabral, Presente;
- Chega de Mortes e Acidentes;
- Investimento nas áreas operacionais, JÁ;
Depoimento de Simão, presidente do Sindipetro de Caxias:
Agora o trabalhador não está mais desaparecido, acharam o corpo. O trabalhador está morto num tanque TQ-7510. O sindicato está longe e foi montado um esquema de segurança para ninguém se aproximar. Os gerentes responsáveis que não cuidaram da manutenção deveriam fazer um “mea culpa” e se entregar à polícia. Em 2013 a Inspeção de Equipamento fez uma RI - Relatório de Inspeção - recomendando a troca do teto devido à corrosão.
O gerente geral não tomou providências e vem o resultado: exposição ao perigo e risco de vida. Não foi acidente, foi assassinato.