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Petroleiros da Usina do Xisto encerram a maior greve da categoria no Paraná

17 de Outubro de 2016

Ramo

Paralisação durou 45 dias e envolveu os trabalhadores em defesa de legítimos direitos

À zero hora de domingo (16) os trabalhadores do regime de turno da Usina do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul (PR), retornaram ao trabalho após 45 dias de greve, a mais longa em toda a história da categoria no Paraná. Anteriormente, o maior movimento havia sido a paralisação de maio de 1995, que perdurou 31 dias na Repar e Tepar.

 

A assembleia realizada às 16h00 de sábado (15) referendou o acordo pactuado um dia antes na audiência de conciliação do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR) em Sede de Dissídio Coletivo de Greve. O acordo firmado entre as partes - e homologado pelo TRT-PR e também Ministério Público do Trabalho do Paraná (MPT-PR) - garantiu o restabelecimento do turno com jornada de oito horas e cinco grupos de revezamento, principal reivindicação da categoria.

 

O documento ainda garante que não haverá impacto nos processos que discutem o interstício (intervalo) de 11 horas em andamento, nem qualquer forma de retaliação ou punição pelo exercício do direito de greve.

 

Com relação aos dias não trabalhados, ficou pactuado que serão descontados na totalidade, porém em três parcelas (novembro, dezembro e janeiro de 2017) - sem reflexos nas férias e 13º salário.

 

Na assembleia ficou deliberada a criação de duas comissões. Uma para acompanhar o cumprimento do acordo pela Petrobras e outra para apurar atos de gestores e representantes jurídicos da empresa que violaram direitos individuais e coletivos, bem como descumpriram normas de segurança. Essa última comissão ainda irá investigar o uso indevido do Judiciário para colocar em risco a continuidade das operações da SIX.

 

A greve na Usina do Xisto foi iniciada em 1º de setembro em função da imposição por parte da empresa de uma nova tabela de turno que reduzia a jornada de trabalho de oito para seis horas, em descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Tal medida diminuiria o número de folgas dos empregados, causando prejuízos ao convívio social e familiar dos petroleiros. “A resistência foi fundamental para alcançarmos a vitória após tanto tempo de greve. Os petroleiros da SIX não se intimidaram e com união e disposição de luta conseguiram barrar a fatídica redução de Jornada do turno. Foram verdadeiros guerreiros e essa luta entra para a história da categoria petroleira no Brasil”, avaliou Mário Dal Zot, presidente do Sindipetro PR e SC. 

 

Fonte e fotos: Sindipetro PR e SC.