Polícia Militar invade a Isogama (Bahia) e não consegue intimidar os trabalhadores que estão em greve há uma semana
29 de Novembro de 2013
Geral
Um acampamento foi montado dentro das dependências da fábrica para pressionar o diálogo com a empresa Continua a greve dos trabalhadores da...
Um acampamento foi montado dentro das dependências da fábrica para pressionar o diálogo com a empresa
Continua a greve dos trabalhadores da empresa Isogama, localizada no município de São Sebastião do Passe, a 58 quilômetros de Salvador. O movimento completa hoje (29) uma semana e apesar de ser pacífico, ontem os funcionários tiveram que enfrentar a Polícia Militar que chegou ao local por solicitação da direção da empresa e invadiu as instalações da fábrica. O objetivo dos policiais era acabar com o movimento.
De acordo com as informações do Sindiquímica-BA, a direção da empresa acionou a Justiça que concedeu interdito proibitório, mas a assessoria jurídica do sindicato está tentando derrubar a liminar. A Isogama está usando práticas antissindicais condenadas pelo movimento sindical, em vez de abrir o diálogo com os trabalhadores. Foi marcado um encontro entre sindicato e empresa no último dia 26/11, mas só os representantes dos trabalhadores compareceram à reunião que poderia resolver a situação. Por conta da intransigência da empresa, o Sindiquímica-BA e os trabalhadores decidiram acampar nas dependências da fábrica desde ontem e ameaçam continuar a mobilização até que a direção da Isogama chame para negociar um acordo.
Além disso, a direção da empresa está obrigando trabalhadores terceirizados a desempenhar as tarefas dos operadores e fazer funcionar alguns equipamentos nas unidades paradas, uma manobra de alto risco que poderá provocar a ocorrência de acidentes. Nesse caso, a empresa será responsabilizada em caso de acidente.
O sindicato da categoria garante que o movimento é legítimo, já que os trabalhadores tentam negociar com a empresa há algum tempo e os representantes da Isogama sequer comparecem às reuniões e tampouco mantêm diálogo com o Sindiquímica-BA para entrar em um possível acordo.
O Sindiquímica-BA informa que discutiu propostas entre os trabalhadores para apresentar e chegar a um consenso com a direção da empresa, principalmente quanto aos seguintes itens: pagamento do fator de periculosidade, subsídio a ser pleiteado pelo trabalhador em decorrência de possíveis danos em atividades que apresentam riscos; fim do assédio moral; reajuste de jornada de trabalho; política de cargos e salários; maior assistência aos trabalhadores afastados; e pagamento de passivos de Participação de Lucros e Resultados (PLR), entre outras pautas.
A Isogama atua na área de processamento químico de parafina. No final da tarde de ontem, a Polícia Militar deixou o local.
Fotos: Jorge Batera/Sindiquímica Bahia.
Polícia Militar invade a fábrica na tentativa de intimidar o movimento grevista
Dirigentes do Sindiquímica Bahia tentam dialogar com a Polícia Militar na porta da fábrica