Presidenta da CNQ conta o que sentiu na visita a Brumadinho

Na última segunda-feira, 25/02, um mês após o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, a presidenta da CNQ/CUT, Lucineide Varjão, esteve em Belo Horizonte e Brumadinho, Minas Gerais, para acompanhar as manifestações e prestar solidariedade aos atingidos por mais um crime da Vale S.A.

 

Em um relato indignado, ela conta o que passou naquele dia. "Foi uma experiência pesada e emocionante, que mexeu com os nossos sentidos. O cheiro, a cor e o gosto são de lama, a saudade dos parentes e amigos das vítimas estão presentes em toda a parte”.

 

"Saímos cedo de Belo Horizonte rumo a Brumadinho. O percurso, em grande parte, foi feito por estrada de terra de difícil acesso e com muitos trechos bloqueados. Participamos de um ato na vila do Córrego do Feijão, bem próximo ao local do rompimento da barragem, prestamos homenagens às vítimas em um monumento na entrada da cidade de Brumadinho e também de um última manifestação na cidade de Belo Horizonte com movimentos sociais.” 

 

Reunidos no dia seguinte, trabalhadores da mineração discutiram os entraves e perspectivas do setor e a urgente necessidade de um novo modelo de exploração mineral que tenha participação popular, dos trabalhadores e que priorize o meio ambiente e a sociedade. Estas aflições não se restringem às tragédias brasileiras, fazem parte da movimentação do capital pelo lucro. As empresas estão cada vez menos produtivas e mais financeirizadas.  A mobilização e organização sindical, neste sentido, deve ser supranacional. O apoio da IndustriALL tem sido de essencial no processo de enfrentamento e luta contra a precarização do trabalho.  

 

“É por isso que temos que continuar com nossa denúncia e luta contra a liberação desenfreada das licenças ambientais, a entrega das fiscalizações nas mãos das mineradoras, pelo direito das mulheres, contra essa ambição desenfreada pelo lucro. Crimes trágicos como este nos ensinam o valor da vida".