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Raios solares já iluminam as relações internacionais

03 de Novembro de 2022

Mundo

Com Lula eleito, reposicionamento do Brasil no mundo já é realidade: equidade no trato com todos os países e avanços nas questões climáticas são prioridades

Artigo por LUCINEIDE VARJÃO
Vice-presidenta da IndustriALL Global Union para a América Latina e Caribe e Secretária de Relações Internacionais da CNQ-CUT
 
 
A eleição de Lula para a Presidência da República simboliza enorme passo no caminho de volta à civilidade. Não será fácil e não existe um “abracadabra” capaz de desfazer todo o desmonte iniciado após o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff e aprofundado pelo presidente Jair Bolsonaro, que, se reeleito, sem sombra de dúvidas, conduziria o País para um regime oficialmente autoritário.
 
Mas por incrível que pareça, no dia seguinte à vitória do campo democrático nas urnas, já conseguimos notar os primeiros raios de claridade em um dos âmbitos mais nebulosos dos últimos quatro anos: o lugar do Brasil no mundo e o olhar dele sobre nós.

Os Governos Lula reposicionaram a nação, que, nunca antes, havia ocupado espaço de tanta notoriedade nas relações internacionais.

Sob Bolsonaro, o retrocesso foi imensurável: a postura subalterna em relação aos Estados Unidos; o alinhamento às teocracias nas discussões sobre direitos e saúde da mulher na ONU; além do vergonhoso negacionismo na conjuntura da pandemia e acerca das questões climáticas.

A quebra desse triste paradigma se dá antes mesmo da posse, graças ao capital político e diplomático de Lula, que, convidado por autoridades egípcias a participar da Conferência do Clima (COP-27), já confirmou presença no evento que ocorre no país africano nos próximos dias. Na última edição, realizada em solo europeu, Bolsonaro foi um dos poucos líderes a não comparecer.

Principal doadora do Fundo Amazônia, a Noruega já anunciou a retomada das contribuições – suspensas em decorrência do descaso bolsonarista.

A vitória do maior líder popular da América Latina foi rapidamente reconhecida por governantes mundo afora, incluindo alguns dos poucos considerados aliados de Bolsonaro. O Real foi a moeda que mais se valorizou nos dias seguintes à eleição e as perspectivas de avanços nas relações comerciais com os principais parceiros de negócios estão entre as melhores.

Projetando o futuro, é preciso dizer: o mundo está em disputa! E o alinhamento do Brasil ao campo progressista, sob a liderança de Lula, desempenhará papel decisivo nesse processo, inclusive no freio a grupos de ultradireita.

Voltaremos a discutir de igual para igual com todos: firmes e altivos junto ao G8, que reúne os países mais ricos; com espírito de cooperação junto aos BRICS (agrupamento formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul); e com o devido respeito aos nossos companheiros da América Latina, que, com a eleição de Lula, consolida novo movimento progressista e democrático.

Para o movimento sindical, o fortalecimento das relações internacionais por meio do Estado Brasileiro, sem sombra de dúvidas, proporcionará novos e iluminados caminhos para a construção de soluções coletivas a partir do intercâmbio de experiências.

É tempo de solidariedade internacional!

 

“O presente, a mente, o corpo é diferente_

E o passado é uma roupa que não nos serve mais”

(Belchior)