Ramo químico em defesa do trabalho decente
11 de Outubro de 2013
Ramo Químico
Manifestações marcam a Jornada Mundial pelo Trabalho Decente 7 de outubro: categoria participa de passeata na Avenida Paulista, SP (foto:...
Manifestações marcam a
Jornada Mundial pelo Trabalho Decente
7 de outubro: categoria participa de passeata na Avenida Paulista, SP (foto: Eduardo Oliveira)
Integrantes de um segmento estratégico da economia nacional – cujo faturamento corresponde a 18% do PIB (Produto Interno Bruto) –, os trabalhadores do ramo químico enfrentam os efeitos de políticas patronais que investem em estratégias para ampliar lucros:
● Estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômico) sobre rotatividade no ramo químico revela: os trabalhadores desligados no setor químico em 2011 somaram 858,9 mil (desse total, na indústria plástica foram 179,3 mil desligados em 2011). Um índice confirma o descarte da mão de obra como ação premeditada para manter os baixos salários: 62,9% dos trabalhadores desligados tinham menos de um ano de trabalho na empresa que os demitiu. Ou seja, mais da metade da categoria foi substituída em apenas um ano.
● Embora identificada desde a década de 1980, foi a partir dos anos 90 que se ampliou a prática da terceirização em vários segmentos do ramo químico. Se no início era predominante em atividades como limpeza, restaurante, vigilância, auxiliar de produção, atualmente a terceirização está disseminada em várias atividades dentro das empresas.
7 de outubro: centrais sindicais levantam suas bandeiras
em defesa do trabalho decente, Avenida Paulista, SP (foto: Roberto Parizotti/CUT)
Essa investida tem causado: precariedade nas relações de trabalho, desrespeito aos direitos trabalhistas históricos, ruptura da identidade de classe, práticas antissindicais e um rastro de mortes, amputações, doenças e acidentes ambientais.
Dados da FUP (Federação Única dos Petroleiros), por exemplo, denunciam que as empresas petrolíferas não têm escrúpulos em terceirizar sem qualquer compromisso com saúde e segurança. Desde 1995, pelo menos 329 petroleiros morreram em acidentes de trabalho no Sistema Petrobras, dos quais 265 eram contratados de empresas privadas. A cada dez mortos, oito são terceirizados. No caso das petrolíferas privadas, a situação é ainda pior, já que todas as plataformas são terceirizadas.
O setor de minérios também esconde uma realidade degradante em algumas regiões. É o caso das minas de gipsita (gesso) em Pernambuco que, sob a guarda de uma multinacional, mantêm trabalhadores sob sol escaldante manipulando pesadas marretas utilizadas na moagem das pedras. Com estafantes jornadas e sem qualquer proteção ou treinamento, os terceirizados ainda são pressionados com metas de produção para receber o salário combinado. A atuação dos sindicatos tem sido fundamental para romper barreiras e distâncias regionais no combate ao trabalho precário e em defesa do trabalho decente.
Vidreiros do RJ 7 de outubro: as quatro lideranças do Sindicato dos Vidreiros do Rio de Janeiro organizam panfletagem na porta da multinacional Owens-Illinois para reforçar a campanha mundial e reivindicar OLT (Organização no Local de Trabalho), veja as duas imagens acima
7 de outubro - Amazonas: trabalhadores/as e Sindplast-AM (Sindicato dos Plásticos de Manaus e do Estado do Amazonas) realizam paralisação na empresa SONY contra demissões.
4 de outubro - Dia Nacional de Luta Contra a Exposição ao Benzeno: (três fotos acima) lideranças do Sindipolo e Sindiconstrupolo participam de mobilização nas empresas do Polo Petroquímico do Sul e distribuem o boletim Especial Benzeno. Cada porta de fábrica do polo contou com pelo menos um dirigente sindical do Sindipolo, Sindiconstrupolo e do Sindiágua. Rio Grande do Sul.
Veja abaixo a repercussão internacional.
O site da IndustriALL (central sindical mundial) divulga as mobilizações no Brasil e no mundo.