Voltar

Ramo Químico em São Paulo fecha 2018 com a abertura de 2.350 postos de trabalho

12 de Fevereiro de 2019

Trabalho

O resultado foi negativo para os setores de fabricação de adubos e fertilizantes; higiene pessoal, perfumaria e cosméticos e tintas e vernizes

No Ramo Químico brasileiro, o saldo para o ano foi positivo com a abertura de 4.649 postos de trabalho em 2018.  Do ponto de vista setorial, o resultado foi negativo para os setores de fabricação de adubos e fertilizantes (-489 postos), higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (-414 postos), e tintas e vernizes (-526 postos). Os demais setores apresentaram saldo positivo: fabricação de agrotóxicos (+350 postos), indústria farmacêutica (+ 4.519), transformados plásticos (+543 postos), e químicos para fins industriais (+666 postos).

Analisando os dados para o estado de São Paulo, temos a criação de 2.350 postos de trabalho. O saldo anual positivo foi efeito de 73.679 admissões e 71.329 desligamentos.  Os meses de junho, novembro e dezembro impactaram negativamente o resultado.

 

Os números revelam que os setores do Ramo Químico no estado de São Paulo apresentaram comportamentos distintos. O melhor comportamento se deu na indústria de produtos farmacêuticos com a abertura de 3.027 postos de trabalho.  De maneira oposta, os setores plástico, de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos e de tintas fecharam juntos 1.126 vagas, como detalha a tabela seguinte:

 

Ademais, em relação a base representativa sindical, os dados para o acumulado do ano mostram que a criação de postos de trabalho se deu com maior ênfase nas localidades onde há representação de sindicatos filiados à FEQUIMFAR, com a criação de 1.732 vagas.  Nas localidades onde existe representação de sindicatos filiados à FETQUIM, ainda em 2018, houve a criação de 618 postos de trabalho.

 

Por fim, no Ramo Químico paulista a reforma trabalhista também tem sido utilizada muito mais para demissões que para as contratações. Foram 61 admissões na modalidade trabalho intermitente e 36 admissões na modalidade trabalho parcial (ambas modalidades precárias),  contra 1.124 desligamentos por acordo empregador e empregado.

De fato, não houve significativa melhora no mercado de trabalho formal brasileiro. A recuperação da economia é bastante vagarosa. As taxas de desemprego e subutilização da mão de obra permanecem altas.

Desemprego

Recentemente, foram divulgados dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) para o ano de 2018. O emprego formal no Brasil apresentou crescimento de +529.554 empregos, resultado de 15.348.283 admissões e 14.854.729 desligamentos.  Em termos setoriais, houve crescimento do emprego em sete dos oito setores econômicos.  Os dados registram retração no nível de emprego no setor da Administração Pública (-4.190 postos). Verificou-se ampliação no nível de emprego na Indústria Extrativa Mineral (+1.473 postos), Indústria de Transformação  (+ 2.610 postos), Agropecuária (+3.245 postos), Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP) (+7.849 postos), Construção Civil (+17.957 postos), Comércio (+102.007 postos), e Serviços (+398.603 postos). 

O resultado de 2018 apresenta melhora no desempenho do mercado de trabalho em relação aos anos anteriores, já que nos três exercícios passados o país aproximadamente 2,8 milhões de vagas.  A falsa promessa da Reforma Trabalhista de ampliação de vagas não se cumpriu, durante todo o ano, nas modalidades de contratos precários (trabalho intermitente e trabalho em tempo parcial) houveram quase 139 mil admissões (menos de 1% do total de admissões). Por outro lado, foram realizados cerca de 164 mil desligamentos decorrentes de acordo entre empregador e empregado (1,1% do total dos desligamentos). Sendo assim, a Reforma Trabalhista tem sido mais utilizada como instrumento para demissão que para a contratação.

Além disso, a ascenção de um governo que flerta com o liberalismo econômico e com o conservadorismo nos costumes traz grandes ameaças à classe trabalhadora e todo o conjunto da sociedade.

A Reforma da Previdência já começou com a Medida Provisória (MP) que altera as regras da concessão da aposentadoria rural, auxílio-reclusão e pensão por morte.  Pró-mercado, o Governo pretende iniciar privatizações que afetará todo um arcabouço de direitos sociais e a dinâmica da economia brasileira, inclusive, a cadeia produtiva da indústria química.  O fim do Ministério do Trabalho é grave, torna a questão do emprego decente longe da pauta governista. Os desafios para 2019 serão ainda mais duros. A organização, a luta e a resistência deverão andar de mãos dadas!