Rede Basf reforça sua força global
03 de Julho de 2019
Redes
Lu Varjão, presidenta da CNQ/CUT, questiona a posição das mulheres na empresa e nos sindicatos
Representantes sindicais de 16 países - representando trabalhadores em operações mundiais da empresa química alemã Basf - se reuniram em 25 de junho na sede do sindicato Petrol-İş em Istambul, na Turquia.
A rede da Union na BASF tem atuado em nível regional na América Latina, América do Norte e Ásia-Pacífico ao longo dos anos. Os membros da rede regional se reuniram pela segunda vez após a primeira reunião global em 2015. As relações industriais estão bem estabelecidas nas regiões, e o objetivo da reunião foi desenvolver um entendimento comum sobre as políticas e práticas trabalhistas da empresa para desenvolver uma política global e um diálogo social.
A reunião foi apoiada financeiramente e politicamente pela Friedrich-Ebert-Stiftung (FES).
A reunião foi aberta pelo secretário geral da Petrol-İş, Ahmet Kabaca, e pelo vice-presidente geral da Lastik-İş, Ziya Ünal. Ambos os sindicatos representam fortemente os trabalhadores da BASF na Turquia, mas, como assinalado por Ünal, o código de trabalho da Turquia os impede de cooperar para organizar os mesmos locais de trabalho.
Kabaca falou sobre ataques globais aos trabalhadores, dizendo: "Estamos ficando mais pobres a cada dia. Nunca aceitaremos essa situação. Nós, como a classe trabalhadora e o movimento sindical, continuaremos a lutar para que não sejamos os trabalhadores pobres."
Situação global
O diretor industrial da IndustriALL, Tom Grinter, deu uma visão geral detalhada da posição da empresa globalmente e sua relação com os sindicatos em diferentes regiões, e Michael Wolters da IG BCE falou sobre Indústria 4.0 e digitalização, e como as tecnologias emergentes trouxeram mudanças tremendas à indústria química: realidade aumentada, a Internet das Coisas, óculos 3-D, impressão 3-D, drones e big data.
"Não podemos ver o futuro porque estamos limitados pelo nosso horizonte. Aprendizagem ao longo da vida e formação contínua nos permitirá responder de forma flexível e garantir que haja emprego suficiente", disse Michael Wolters.
Os delegados compararam as condições nos locais da BASF em todo o mundo. Thiago Rios (do Brasil), Raghuram Theramkudalu e Doug Watts falaram sobre a situação na América Latina, Ásia-Pacífico e América do Norte, respectivamente.
Doug Watts, da United Steelworkers, lembrou a primeira vez que sindicalistas brasileiros visitaram sua fábrica nos EUA:
"Quando trazemos os trabalhadores e conversamos cara a cara, a empresa não pode nos minar colocando o trabalhador contra o trabalhador e o país contra o país".
Lucineide Varjão, presidenta da CNQ/CUT, questionou à rede BASF sobre a posição das mulheres na empresa e nos sindicatos, e políticas para melhorar a situação. Isso iniciou um debate sério sobre o trabalho que é necessário para trazer mais mulheres para o setor e para o ativismo.
Michael Wolters