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Entrevista: Renovação e presença de mulheres marcam chapa única do Sindicato dos Químicos de São Paulo

02 de Março de 2015

Filiados

A presidenta da CNQ, Lucineide Varjão, conta um pouco do processo de escolha dos nomes das lideranças que integram a CHAPA 1

Nesta primeira semana de março, os trabalhadores e trabalhadoras pertencentes à categoria do Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo irão às urnas para eleger a nova diretoria, que comandará a entidade pelos próximos quatro anos.

Dando continuidade ao projeto CUTista iniciado em 1982, a CHAPA 1 – Organizar, Lutar, Conquistar, única inscrita para o pleito, é marcada pela chegada de novos companheiros e companheiras, e pelo número de mulheres acima da cota. Seu lema: "Nenhum direito a menos".

A presidenta da CNQ-CUT, Lucineide Varjão, integrante da Chapa 1, conta um pouco do processo de escolha dos nomes das lideranças que integram a CHAPA 1 e do significado dessa renovação neste desafiador momento político e econômico para a classe trabalhadora.

1.       Qual as diferenças entre a composição da Chapa 1 e a atual direção do Sindicato?

A chapa 01 – Chapa CUTista, alia na sua composição pessoas com experiência de gestão sindical com novas lideranças  dos locais de trabalho.  Com uma renovação de 37% do quadro da atual diretoria, e com uma representação de 33% de mulheres  no conjunto dos setores que compõem a categoria, a Chapa 01 está sintonizada com as demandas atuais de ter um sindicato enraizado nos locais de trabalho e com uma representação plural para atender a representação de mulheres na categoria.

Após a eleição, assumirão a tarefa de representar sindicalmente a categoria, pela primeira vez, novas lideranças que integram a parcela mais aguerrida da nossa militância sindical e que são frutos dos cursos de formação sindical oferecidos pela entidade.

É importante ressaltar que o processo de renovação da atual direção em curso se deu no campo democrático sendo que os/as atuais dirigentes que não comporão a nova direção, integrarão o conselho consultivo da entidade, contribuindo na realização de ações que permitam o avanço do projeto político visando uma maior e melhor representação da categoria em todos os níveis.

2.       O que significa para a condução do Sindicato e para a categoria Química e Plástica essas mudanças?

Significa que ampliaremos ainda mais o poder de representação da entidade junto à categoria, pois, todos e todas que integram a cota de renovação são oriundos do chamado “chão de fábrica”, e nele estarão neste novo mandato, atuando para ampliar a representação sindical e a organização sindical nos locais de trabalho.

Significa que o Sindicato dos Químicos e Plásticos de SP inova mais uma vez, pois, as lutas em defesa das reivindicações e dos direitos das mulheres têm sido uma tônica desta entidade nos últimos 25 anos, sendo que este sindicato foi o primeiro do Ramo Químico a ter uma mulher na presidência ainda nos anos 90. Nosso Sindicato criou há 12 anos, em conjunto com a CNQ, FETQUIM e demais sindicatos do ramo, um programa específico de capacitação de mulheres “Formaquim Mulher” que atualmente debate as relações sociais de gênero.

 3.       Você acredita que essa renovação e maior presença de mulheres acontecerão também em outros sindicatos do ramo químico?

Sim, esta é uma forte tendência, pois a CUT defende e orienta que todas as entidades CUTistas busquem ampliar a representação sindical nos locais de trabalho, bem como, no último congresso da Central  foi aprovada a paridade - igualdade de representação entre homens e mulheres nas direções da CUT, alterações que certamente chegarão as direções dos Sindicatos filiados e exigirá das entidades CUTistas esforços para ampliar a representação de mulheres nas direções sindicais.

É necessário esclarecer que não defendemos simplesmente a ampliação do número de mulheres nas direções, mas o empoderamento destas mulheres, já que a composição das categorias é plural e, portanto, o sindicato deve se afirmar como uma espaço efetivo onde homens e mulheres que  atuam conjuntamente, com igualdade de oportunidades, para construir efetivamente políticas que persigam a conformação de uma sociedade socialmente justa e igualitária.

4.       Quais os principias eixos de luta da Chapa 1 – Organizar, Lutar, Conquistar?

Os principais eixos de trabalho da chapa 01 estão ligados ao fortalecimento do Sindicato, a ampliação da representação sindical nos locais de trabalho e a defesa intransigente dos interesses imediatos e históricos da categoria e da classe trabalhadora, destacando os seguintes eixos:

- Ampliação da Sindicalização

- Ampliação da Organização Sindical e da democracia nos Locais de Trabalho

- Ampliação de direitos trabalhistas

- Redução da Jornada de trabalho para 40 horas semanais em todos os setores que compõem a categoria.

- Fim do trabalho aos sábados

- Combate a terceirização e a precarização das condições e relações de trabalho

 5.       Por que é importante que o trabalhador e a trabalhadora associados participem desse processo de eleição mesmo tendo uma única chapa concorrendo?

Por que o Sindicato é a ferramenta para a defesa coletiva dos interesses e direitos do conjunto da categoria.  O Sindicato é o espaço real de representação dos trabalhadores e trabalhadoras, e portanto, cabe a categoria referendar e respaldar a nova direção através do voto para que ela tenha legitimidade junto a categoria e nas negociações coletivas com os setores patronais . Quanto maior for a votação na Chapa 1, maior será a representação e legitimidade da nova direção, pois, o cenário conjuntural e político em nível nacional do país aponta para um ano de duras negociações, uma vez que os empresários e banqueiros, aliados a grande mídia querem criar no país um cenário de caos, com objetivo a flexibilizar e retirar direitos duramente conquistados .

A Chapa 1 tem convicção de que este cenário de caos produzido pela alta burguesia não corresponde a realidade do país e conclama a categoria para em conjunto com a direção envidar todos os esforços na defesa dos interesses e reivindicações dos trabalhadores, evitando assim retrocessos, pois o lema da Chapa 1 é “nenhum direito a menos “.