Reportagem TVT: Desmonte da Petrobrás dificulta retomada do emprego e da indústria nacional
09 de Fevereiro de 2017
Petrobras
Reportagem da TVT, exibida segunda-feira (06.02) no Seu Jornal, mostrou que o plano de desinvestimento da Petrobrás, que vem sendo colocado em prática em ritmo acelerado pelo governo de Michel Temer, vai diminuir o papel da estatal e prejudicar ainda mais a retomada do emprego e da indústria nacional. Na avaliação dos petroleiros, a principal realização do presidente Pedro Parente, até agora, foi iniciar a política de desmonte da estatal.
Em menos de um ano à frente da Petrobrás, Parente já vendeu campos de petróleo promissores, subsidiárias lucrativas e a maior rede de gasoduto do país. Essa estratégia, na opinião do diretor do Unificado Auzélio Alves(foto), um dos entrevistados na reportagem, agravou ainda mais a situação dos trabalhadores da indústria petrolífera.
“Temos trabalhadores extremamente qualificados perdendo empregos, devido a essas medidas implantadas pelo governo neoliberal em nosso país e, especificamente no nosso caso, dentro da Petrobrás”, afirmou o sindicalista.
“O governo Temer colocou o Pedro Parente lá (na Petrobrás) exatamente para vender ativos e não para vender petróleo e derivados”, argumentou o professor da UFABC, Giorgio Romano, que também participou da entrevista.
Outra questão abordada na matéria foi a preocupação da categoria com a preferência do governo por empresas de fora do país para as obras da unidade de processamento de gás natural do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). A Petrobrás convidou 30 empresas, todas estrangeiras, para participarem da licitação.
“Temos a nossa engenharia no país que necessita participar dessas licitações e necessita entrar no mercado de trabalho, principalmente dentro desse núcleo empregatício, que é o ramo do petróleo”, destacou Auzélio.
Para o professor Romano, ampliar a participação de empresas de fora na operação do pré-sal é mais um erro grave, que pode dificultar ainda mais a retomada da indústria brasileira. “Está se reduzindo com isso a capacidade do Brasil de fazer uso do pré-sal como motor do desenvolvimento industrial e tecnológico”, justificou.