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Revolta da Chibata completa 103 anos

25 de Novembro de 2013

Cultura

Foto: Arquivo do Estado de SP   Conheça a história do líder negro João Cândido e sua luta pelo fim dos castigos físicos e por melhores...

chibata 25 11bFoto: Arquivo do Estado de SP

 

Conheça a história do líder negro João Cândido e sua luta pelo fim dos castigos físicos e por melhores condições de trabalho na Marinha

Em 22 de novembro de 1910, um grupo de marinheiros do Rio de Janeiro promoveu uma das mais importantes rebeliões da história do Brasil: a Revolta da Chibata, que conquistou o fim dos castigos físicos e melhores condições de trabalho na Marinha.

Na época, a cidade do Rio de Janeiro era a vitrine do país. O porto carioca era o principal posto de exportação e importação do Brasil. No continente americano, era o terceiro mais importante – depois dos portos de Nova York e Buenos Aires.

A cidade, no entanto, começava a exibir suas contradições. Durante o governo do presidente Hermes da Fonseca, o crescimento econômico e o progresso esbarravam na pobreza, nas péssimas condições sanitárias e na falta de infra-estrutura.

O grande corpo da Marinha era formado por negros e mulatos que tinham sido alforriados ou libertos em 1888 com a Lei Áurea, mas quem ocupava de fato os cargos de comando, as lideranças, eram militares brancos. Foi nesse contexto que o líder negro João Candido Felisberto conduziu a revolta dos marinheiros por melhores condições de trabalho e pelo fim das chibatadas como castigo.

A revolta, de fato, acabou com os castigos físicos aos marinheiros. Mas, em vez de se tornar herói, João Cândido foi preso, sofreu tentativa de assassinato na Ilha das Cobras e, finalmente, banido da Marinha, que manteve a perseguição ao líder pressionando que ele fosse demitido de vários empregos.

Cândido trabalhou como pescador para sustentar a família e viveu na miséria até falecer, em 6 de dezembro de 1969, aos 89 anos. Saiba mais sobre a história do Almirante Negro no Projeto Memória clicando aqui.

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Na imagem acima, João Cândido (direita) lê o decreto da anistia

 

 

"É preciso que trabalhemos muito, que haja muita união, parte com parte. Desapareçam as paixões, os espíritos de vingança que hão vir ou virão. É preciso que estejamos unidos para o futuro" - João Cândido

 

*Com informações do Projeto Memória. Conheça o site (clique aqui).

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