Segundo dia da V Plenária da CNQ foca debate em mulheres, juventude e meio ambiente

Após um intenso primeiro dia da V Plenária Nacional do Ramo Químico, que se encerrou com uma bonita homenagem aos 20 anos de história da entidade (saiba como foi o primeiro dia aqui), os delegados e delegadas levantaram cedo para mais uma rodada de debates, discussão e planejamento.

A Plenária abriu os trabalhos om Lucineide Dantas Varjão, Secretária de Política Social da CNQ e Itamar Sanches, Secretário de Formação, dando uma visão geral sobre a atual situação da entidade, seus filiados e possíveis ações para crescimento e fortalecimento da CNQ e da atual situação do Formaquim, e demonstrando o planejamento do curso de formação da CNQ para 2012. Na sequência, foram apresentadas propostas de mudanças estatutárias e de e estrutura da entidade, que serão trabalhadas pelos sindicalistas até o Congresso da CNQ, que se realizará em 2013.

Mulheres

A próxima atividade foi um painel que aconteceu sob o título “Liberdade e autonomia se constroem com igualdade”, entrando num dos eixos prioritários da V Plenária, a igualdade de oportunidades. Rosemeire Theodoro, da Secretária de Gênero da CNQ, e Marilane Teixeira, da assessoria da entidade, apresentaram um vídeo que problematizava os papéis impostos às mulheres e depois fizeram falas sobre o papel da mulher no mercado de trabalho e no movimento sindical.

“A massa de mulheres afastadas do mercado de trabalho é um problema mundial. Para solucionar essa questão, e dar igualdade de condições, tirar as mulheres da condição de exército de reserva, temos que lutar por uma série de medidas, entre as quais, a redução da jornada de trabalho”, disse Marilane. E seguiu: “A sociedade mitifica o tempo todo o papel da mulher, tentando deixá-las em casa cuidando dos filhos, sendo o mundo público domínio dos homens. A construção social também empurra as mulheres para determinadas carreiras. Isso não é natural.”

Theodoro ressaltou que “a presença de mulheres nas direções é uma oportunidade para que o movimento sindical repense suas práticas. Defendemos igualdade na vida, no trabalho e nos sindicatos”. Na sequência, um animado e solidário debate, reuniu homens e mulheres, delegadas e delegados, discutindo o crescente papel da mulher na sociedade e no sindicato e comentando positivamente a paridade de gêneros nas direções e espaços do movimento.

Desenvolvimento Sustentável e a Questão Ambiental

Dando conta de mais um eixo da V Plenária, o desenvolvimento sustentável, a Plenária promoveu um debate com Miguel Bahiense (na foto, esquerda), Presidente da Plastivida e INP, e José Afonso (na foto, a direita), Secretário do Meio Ambiente de Mauá e membro do Coletivo do Meio Ambiente de Mauá, sobre questões que agitaram o debate ambiental no último período.

Miguel Bahiense, Presidente da Plastivida e INP, tratou da polêmica questão das sacolinhas plásticas. Para ele, há um retrocesso no projeto de lei que bane as sacolinhas dos supermercados. “Com o tempo, a sacolinha de plástico foi substituindo o saco de lixo, a sacola de papel, que agora terão que sair do bolso do consumidor, que comprará novos produtos para cumprir velhas funções domésticas. E a economia de meio bilhão de reais dos supermercados não será repassada para o consumidor, que também perdeu uma forma democrática de se livrar do lixo”.

Já Afonso, tratou da discussão do novo Código Florestal, que para ele, no formato atual, significa um retrocesso: “Ele sofreu muitas alterações na Câmara dos Deputados e no formato atual não significaria nenhum avanço para os ambientalistas, por mais que o governo tenha avançado em temas importantes na área ambiental, como o Plano Nacional de Resíduos. “O governo teve que responder à uma agenda, um calendário. Mas confiamos que com mobilização popular, com a aproriação do debate por parte dos movimentos sociais e sindicais organizados, conseguiremos o veto presidencial em pontos que atacam as florestas brasileiras”, arrematou Afonso, que deixou a indicação da cartilha “Código Florestal: Entenda o que está em jogo com a reforma da nossa legislação ambiental”, que pode ser acessado clicando aqui.

Juventude em foco

O dia terminou com mais um importante painel, desta vez focado na juventude trabalhadora. Rosana Sousa, Coordenadora do Coletivo Nacional de Juventude da CUT e Dirigente do Sindicato dos Químicos de São Paulo, falou sobre os principais desafios enfrentados pelos jovens no mercado de trabalho e as perspectivas de mobilização deste setor.

Para ela, para construirmos um modelo de desenvolvimento para o país, precisamos organizar a juventude. A Secretaria Nacional de Juventude da CUT, formada em 2004, tem como eixos prioritários retardar a entrada de jovens no mercado de trabalho e a garantia de um trabalho decente para os jovens que já se encontram nele.

Para isso, seria necessário investir em educação universal e gratuita, política de valorização do salário minímo, reduzir a jornada de trabalho, acesso a terra com apoio técnico e crédito e um financiamento público para a cultura, inclusão digital, esporte e lazer. “A responsabilidade pela juventude é de todos, não apenas dos pais”, afirmou Rosana.

Na questão da política sindical, Rosana foi taxativa: “Queremos um sindicalismo com mais jovens. No entanto, os dirigentes tem que ter a consciência que para isso precisamos de cada vez mais formação e planejamento. Só conseguiremos alavancar esse debate com a participação daqueles que não são mais da juventude, mas conseguem visualizar a importância desse setor”. Para ela, é preciso trabalhar na formação de quadros para o futuro e fomentar o surgimento de novas ideias que só podem ganhar força no seio da juventude trabalhadora.

A V Plenária da CNQ se encerra nesta quinta-feira, com a discussão sobre redes e organizações no local de trabalho, aprovação de moções e planejamento para o próximo período. Fique ligado!

(Fotos: Dino Santos)
(Fotos: Dino Santos)
(Fotos: Dino Santos)