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Seminário alerta sobre a urgência de preparar os trabalhadores que serão periciados pelo INSS

21 de Setembro de 2016

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Atividade promovida pelo Sindicato dos Químicos do ABC reforçou a necessidade de organização contra os ataques aos direitos pelo governo golpista

A manhã do dia 16/9, no auditório do Sindicato dos Químicos do ABC foi um marco de luta e resistência ao que está acontecendo hoje no Brasil com o governo golpista de Michel Temer. Promovido pela Secretaria de Saúde do Sindicato em parceria com a Associação dos Aposentados Químicos do ABC, o Seminário Previdenciário sobre Revisão de Benefícios e Reforma da Previdência reuniu trabalhadores da ativa e aposentados da categoria química do ABC para debater as implicações sociais e jurídicas da revisão de benefícios como Auxílio-Doença e Aposentadoria por Invalidez (MP 739/2016) e as propostas da anunciada reforma da Previdência.

O debate teve início com a apresentação do secretário de saúde do Sindicato, Paulo Sergio, que explicou o direito constitucional da Seguridade Social e como funciona e se sustenta a previdência social no país. “Com a fusão do Ministério da Previdência ao Ministério da Fazenda, a seguridade social ficou em segundo plano, perdendo sua função social de redução de pobreza e melhoria da qualidade de vida”, afirmou.

“Hoje, 86% dos idosos brasileiros estão protegidos pela previdência social, segundo o IBGE”, disse Paulo, comparando esses dados com o México, país que teve em 2012 uma reforma trabalhista como está sendo proposta hoje no Brasil, com terceirização desenfreada. “Só 19% dos idosos mexicanos recebem aposentadoria”, destacou o dirigente.

Revisão do Auxílio-doença

“A tarefa que o Sindicato tem, que a CUT tem, é reagir a essa pauta golpista”, enfatizou Remígio Todeschini, que já foi presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, dirigente da CUT, trabalhou nos ministérios do Trabalho e da Previdência nos governos Lula e hoje está na direção executiva do Instituto de Previdência de Santo André. “Na revisão do Auxílio-Doença prevista na Medida Provisória 739 serão chamados 530 mil trabalhadores, metade com cerca de 50 anos e 60% são mulheres.  A tendência é ficarem desempregados, aumentando a depressão, os transtornos mentais e as agressões nas agências do INSS – que hoje já é grande”, afirmou Todeschini.

O Dr. Marcio Bocchi também foi preciso na sua análise: “O que está acontecendo é muito grave. Temos várias perícias marcadas devido à Medida Provisória e trabalhadores com lesões graves vão ter alta e podem não ter sucesso nem em ações judiciais. Precisamos preparar os trabalhadores que serão periciados”, alertou o advogado do Sindicato.

De acordo do Bocchi, os peritos vão exigir exames recentes e quem não os tiver irá receber alta. Ele alerta ainda sobre o pedido de reabilitação profissional. “A Medida Provisória manteve a situação da reabilitação profissional, então todo o trabalhador é obrigado a fazer o pedido para, a partir da negativa do INSS poder entrar com ação judicial”, disse. “É importante que o trabalhador com dúvida compareça ao Sindicato, vamos deixar modelinhos para que façam esse pedido de reabilitação”.

Acampamento no INSS

Na sua fala, o presidente da Associação dos Aposentados Químicos do ABC, Milton Nunes (Tijolinho), lembrou que muitos que se dizem defensores dos aposentados só lembram deles na época de eleição e recomendou uma análise criteriosa antes de decidir em qual candidato votar nas eleições municipais de outubro. “Nosso voto vale a mesma coisa que o do jovem e do trabalhador na ativa. Por isso é importante não votar em que que retirar os nossos direitos”. Ele também propôs um acampamento dos trabalhadores na frente do INSS. “Temos que lutar para não perder os direitos, lutar para não perder o que conquistamos”, disse.

Reação nas ruas e na urna

O presidente do Sindicato, Raimundo Suzart, convocou os presentes para o dia nacional de lutas das centrais sindicais contra o ataque aos direitos e falou da importância de votar corretamente.

“Temos que reagir e é agora, nas ruas, engrossando e fortalecendo o ato do próximo dia 22, que é um dia de mobilização nacional para preparar a greve geral. Essa reação também se reflete nas urnas, precisamos ficar espertos para não votar em candidato golpista e naqueles que querem reduzir as verbas públicas na saúde, na educação. Será o tamanho das nossas ações que irá definir se iremos perder ou não direitos”, enfatizou.

O vídeo do Seminário pode ser assistido AQUI e as apresentações digitais estão disponíveis no site do Sindicato. Acesse e saiba mais sobre o assunto: www.quimicosabc.org.br