Sindiquímica Bahia comemora 50 anos
11 de Abril de 2013
Geral
Evento marca 21 anos de Lei da Anistia e meio século de história do sindicato Junto com o Grupo Tortura Nunca Mais e o Comitê Baiano...
Evento marca 21 anos de Lei da Anistia
e meio século de história do sindicato
Junto com o Grupo Tortura Nunca Mais e o Comitê Baiano pela Verdade, o Sindiquímica (Sindicato dos Químicos da Bahia) promoverá um ato político com o tema A luta dos petroquímicos baianos pela anistia. O evento acontece na sexta-feira, dia 12, a partir das 8h30, no Hotel Sol Victoria Marina, no Corredor da Vitória, em Salvador. Essa atividade antecipa os eventos comemorativos dos 50 anos do Sindiquímica, que acontecerá em 15 de abril.
O Governador Jaques Wagner, que já foi diretor do Sindiquímica, estará presente na solenidade. Foram convidados outros ex-diretores do sindicato, a exemplo, dos secretários estaduais da Casa Civil e do Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, respectivamente, Rui Costa e Moema Gramacho; o ex-secretário da Fazenda, Carlos Martins; além do presidente da Comissão da Anistia, Paulo Abrão. Pelo Grupo Tortura Nunca Mais, Diva Santana, e pelo Comitê Baiano Pela Verdade, Joviniano Neto, além de parlamentares e anistiados políticos. Durante a programação, serão exibidos os vídeos Anistia e Luta e Resistência. Esse último narra os acontecimentos da greve de 1985, no Polo, e os problemas enfrentados pelos demitidos após o movimento.
Meio século de lutas e conquistas não poderia ficar esquecido na história. Esse marco revela o empenho diário do Sindiquímica em garantir direitos à classe trabalhadora desde as suas origens, quando foi criada a Associação dos Trabalhadores da Indústria Petroquímica (Aspetro), em 1963. Um ano mais tarde, a violenta repressão que se seguiu ao golpe militar perseguiu os dirigentes da Aspetro e interrompeu a possibilidade de obter a carta sindical que a transformaria em Sindiquímica. De 1964 a 1972, três juntas interventoras se sucederam na direção da Aspetro e alguns de seus dirigentes acabaram presos. A carta sindical do Sindiquímica foi obtida em 1978.
Desde então, o Sindiquímica tem enfrentado momentos difíceis, a exemplo da histórica greve de 1985 quando, pela primeira vez, trabalhadores paralisaram as atividades de um complexo petroquímico - o Polo de Camaçari.
A greve foi iniciada no dia 29 de agosto até meados do mês de setembro de 1985, com duração de 16 dias. Apesar de pacífica, a greve foi violentamente reprimida. Tropas da Polícia Militar ocuparam as fábricas e espalharam o terror entre os trabalhadores. O movimento foi julgado legal pelo Tribunal Regional do Trabalho da Bahia. Mesmo assim, 171 trabalhadores foram demitidos por justa causa e não conseguiram emprego em nenhuma outra empresa do setor.
Em 1992 os trabalhadores recorreram na Justiça para serem restituídos e compensados pela União devido aos danos materiais e humanos que tiveram. A Comissão da Verdade, por meio das Caravanas da Anistia - formadas por advogados responsáveis por requerer nos processos as reparações de perdas que envolvem os companheiros perseguidos – já anistiou a maioria dos demitidos. O quadro abaixo ilustra quando foram julgados os processos e a quantidade de deferimentos, conforme se distribuíram as Caravanas ao longo dos anos.Veja a tabela:
Caravana |
Data |
N°. de Processos Deferidos |
Salvador / Barris |
11/09/2008 |
39 |
Brasília |
03/03/2009 |
09 |
Brasília |
30/06/2009 |
12 |
Camaçari |
29/02/2012 |
100 |
Brasília |
03/04/2013 |
03 |
*Julgamentos Anteriores |
- |
02 |
TOTAL |
165 |
Outras atividades estão sendo programadas até o final do mês de abril, a exemplo, de um ato comemorativo no Polo de Camaçari.
Mais informações, com o diretor do Sindiquímica, José Pinheiro, pelo telefone: (71) 8897-3305.