Solidariedade internacional marca abertura da 3ª Conferência Expressões da Globalização
17 de Novembro de 2014
Internacional
O evento reuniu metalúrgicos (as) do Brasil e Alemanha. Encontro debate os impactos da crise internacional nos dois países. Começou na tarde desta...
O evento reuniu metalúrgicos (as) do Brasil e Alemanha. Encontro debate os impactos da crise internacional nos dois países.
Começou na tarde desta quarta-feira (12) a 3ª Conferência Expressões da Globalização que tem como tema “Trabalhadores (as) frente à Crise Econômica, Política e Social - cinco anos depois".
Na mesa de abertura, todos os representantes das entidades organizadoras destacaram a solidariedade internacional entre os trabalhadores (as) para o desenvolvimento global. A Conferência é uma realização da Fundação Hans Böckler (FHB), organizada pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), em parceria com o Instituto Integrar e o IG Metall (Sindicato dos Metalúrgicos da Alemanha).
O encontro reúne cerca de 200 metalúrgicos (as) do Brasil e da Alemanha e tem como objetivo refletir sobre a evolução dos impactos da crise financeira internacional de 2008 nos dois países. O evento prossegue até sexta-feira (14), em Guarulhos (SP).
Participaram da mesa de abertura, a secretária da Mulher da CNM/CUT e representante do Instituto Integrar, Marli Melo, o diretor da FHB, Martin Behrens, o representante da Comissão de Economia, Tecnologia e Trabalho do IG Metall, Wolfgang Lemb, e o presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres.
O secretário geral e de Relações Internacionais da CNM/CUT, João Cayres, que moderou a mesa de abertura, deu as boas-vindas aos participantes e fez um balanço dos outros encontros, realizados em 2009 e 2012. “A primeira edição da Conferência, que foi realizada no Brasil, contou com debates importantes para entender essas novas expressões da globalização. Já na segunda edição, cerca de 40 metalúrgicos brasileiros foram recebidos na Alemanha. O assunto de destaque foi o modelo de desenvolvimento brasileiro. Hoje, nesta nova conferência, queremos contribuir mais com o debate sobre o pós-crise no mundo”, disse o secretário.
Já Marli Melo explicou o projeto educacional do Instituto. “O Integrar foi criado em 1995 como um modelo de educação e uma crítica aos processos de exploração do capital com a formulação de alternativas políticas e sociais viáveis a classe trabalhadora. A ideia era chegar a um programa de educação que rompesse com a lógica tradicional, que aliasse a educação básica e e tecnológica. E esse objetivo foi alcançado”, contou a diretora.
Em sua intervenção, o diretor da FHB elogiou a política do salário mínimo aprovada, recentemente, pelo parlamento da Alemanha. “A partir de 2015, nós, alemães, teremos um salário mínimo de 8,5 euros por hora. Ainda não sabemos quais serão os efeitos econômicos para o país, mas sabemos que é um grande passo para a classe trabalhadora. Nós temos muito que aprender com os brasileiros, que há anos já possuem este direito”, destacou Martin Behres, referindo-se à política de valorização do salário mínimo adotada pelo governo do ex-presidente Lula e mantida pela presidenta Dilma Rousseff.
Wolfgang Lemb, por sua vez, ressaltou o papel das redes sindicais de trabalhadores como uma importante estratégia de organização dos trabalhadores. “As redes fazem um debate fundamental para desenvolvermos novos projetos e avançar com os antigos. Além disso, precisamos fortalecer o relacionamento com os companheiros da América Latina e consolidar ainda mais a participação da juventude”, afirmou o dirigente do IG Metall.
Último orador, o presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, agradeceu a participação dos metalúrgicos e e ressaltou que a crise financeira não trouxe impactos fortes ao Brasil por conta das medidas adotadas pelos govenos Lula e Dilma. “O Brasil saiu melhor da crise. Mas como a classe trabalhadora é internacional e suas lutas também, eventos como este são fundamentais para exercermos a solidariedade e para trocarmos experiências. Esta Conferência abre caminhos para debates que não podem ser deixados de lado, como a precarização no mundo do trabalho e o trabalho das redes sindicais. A luta contra o capital é mundial”, observou.
O presidente da CNM/CUT falou ainda sobre a eleição presidencial brasileira e disse que a reeleição de Dilma Rousseff é uma vitória para os (as) trabalhadores (as) e contra o modelo neoliberal que ataca direitos e privilegia o grande capital. "Nós vamos defender esse governo com todo nosso empenho, inclusive denunciando a mídia tradicional, que ataca com mentiras o PT, a presidenta e os movimentos sociais e sindical. Nós temos lado e é o do projeto que está no poder há 12 anos", enfatizou.
Os presidentes das confederações cutistas dos trabalhadores em alimentação, Siderlei de Oliveira, e dos químicos, Lucineide Varjão, também estão participando da atividade.
Fonte: Shayane Servilha - Assessoria de Imprensa da CNM