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Trabalhadores da Fundação Butantan em greve por tempo determinado

12 de Maio de 2015

Filiados

Fundação tenta impor um outro sindicato para representar os trabalhadores o que motivou a greve.

Os trabalhadores da Fundação Butantan entraram em greve dia 8 de maio passado, por tempo indeterminado, contra as práticas antissindicais da Fundação, que tenta impor um outro sindicato para representar os trabalhadores, representados hoje pelo Sindicato dos Químicos de São Paulo.

A Fundação está impondo o Senalba (Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Estado de São Paulo) de forma autoritária aos trabalhadores.  “O objetivo é retaliar direitos dos trabalhadores. O Sindicato dos Químicos tem uma das melhores convenções coletivas do País e, filiando os trabalhadores a um outro sindicato, a Fundação tenta cortar direitos adquiridos”, afirma a diretora do Sindicato, Elaine Blefari.

De acordo com reportagem da RdB, os trabalhadores veem com desconfiança a mudança para um sindicato que representa trabalhadores de entidades culturais e recreativas, e não do ramo farmacêutico. Acreditam que a nova entidade não teria condições de atuar na proteção de seus direitos em casos de doença ocupacional, por exemplo.

Há, entre esses trabalhadores, profissionais expostos a produtos químicos tóxicos, muitos deles cancerígenos, como aqueles usados na desinfecção de áreas onde são criados roedores e outros animais utilizados em pesquisas, os biotérios.

O Sindicato destaca que o Senalba não representa a atividade-fim da Fundação, que é a produção de imunobiológicos e essa medida vai contra a Convenção 87 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que trata da liberdade e autonomia sindical.

O Secretário Setorial Farmacêutica da CNQ, José Isaac Gomes, que é diretor do Sindicato dos Químicos de São Paulo, está acompanhando o movimento.

Vacina contra a dengue

Cientes da epidemia de dengue que assola o país, trabalhadores e Sindicato estão de acordo que, se necessário, 30% do efetivo poderão trabalhar para o desenvolvimento da vacina.

Histórico

Os problemas na Fundação são recorrentes e a falta de diálogo e lá o desrespeito à Convenção Coletiva é regra. O enquadramento da Fundação junto ao Sindicato dos Químicos só ocorreu em 2010 após muita luta. Os trabalhadores estavam há anos sem receber dissídio coletivo e PLR e, em 2012, o Sindicato intermediou a negociação do pagamento retroativo dos últimos cinco anos, mas a Fundação novamente tentou burlar o acordo e os pagamentos. No ano passado o Sindicato fez novas denúncias, inclusive no Senado, com o apoio do Senador Eduardo Suplicy, sobre o desmonte da Fundação e a paralisação de produção de vacinas.

Com informações do Sindicato dos Químicos SP e Rede Brasil Atual