Trabalhadores da Knauf denunciam condições degradantes em Pernambuco

As condições oferecidas a trabalhadores terceirizados da Knauf em Araripina (PE) têm preocupado os sindicatos da região. Segundo representantes dos trabalhadores da multinacional, a retirada do sulfato de cálcio, matéria prima para a produção de gesso, é feita por trabalhadores terceirizados em situação precária. A declaração foi feita durante o III Encontro da Rede Sindical da Knauf, realizado de 19 a 22 de maio, em Manaus (AM).

Segundo os representantes dos sindicatos, as 27 mil toneladas de sulfato de cálcio que saem por mês da região são retiradas a marretadas por trabalhadores terceirizados. O mineral, quando em contato com os olhos ou com a pele, pode causar irritação e queimaduras. Também pode afetar o trato respiratório e o sistema digestivo, se inalado ou ingerido. A situação, conhecida pelo Ministério Público, é agravada pelo fato de que estes trabalhadores terceirizados não são autorizados pela empresa a ter contato com o sindicato.

Uma vez privados do direito à sindicalização, os terceirizados trabalham em situação de risco à saúde e à segurança, e sem apoio para fazer valer seus direitos. Segundo sindicalistas, a empresa não divulga o nome da empresa prestadora de serviço tampouco as condições contratuais de seus trabalhadores. Por isso, uma das pautas debatidas durante o encontro da Rede Sindical é a elaboração de um plano de ação contra o trabalho precário na planta de Araripina.

A esperança depositada sobre as ações da Rede são justificadas. Durante o encontro, foi lembrada a conquista do aumento da Participação dos Lucros e Resultados (PLR) em algumas plantas a partir da demanda da Rede – caso registrado na Sindplast, em Manaus, por exemplo. Durante o evento, também serão discutidas outras ações para ampliar e fortalecer a rede ao longo de 2014. O objetivo é consolidar o diálogo com a empresa e democratizar as relações de trabalho.

Participaram do III Encontro da Rede Sindical da Knauf 15 representantes de sete sindicatos. As atividades se encerraram com uma visita à planta local da empresa, onde é produzido isopor. O encontro faz parte de um conjunto de atividades que visam a promoção de Redes Sindicais em empresas multinacionais, vinculadas ao projeto Promoção dos Direitos Trabalhistas na América Latina. O projeto é uma parceria entre o Instituto Observatório Social, CNQ/CUT, CNM/CUT, Secretaria de Relações Internacionais da CUT, Instituto de Cooperação da CUT, e que conta com o apoio da DBG-Bildungswerk.

* Foto: Divulgação