Trabalhadores dizem basta às mortes e insegurança nas unidades do Sistema Petrobrás
25 de Agosto de 2014
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Os petroleiros da Bahia atenderam ao chamado da FUP e participaram na sexta-feira, 22, do Dia Nacional de Luta em Defesa da Vida. Cerca de 2 mil...
Os petroleiros da Bahia atenderam ao chamado da FUP e participaram na sexta-feira, 22, do Dia Nacional de Luta em Defesa da Vida. Cerca de 2 mil trabalhadores da Rlam, Transpetro, UO-BA e Pbio se reuniram na localidade Menino de Jesus, na BR 324, para protestar contra mais uma morte no sistema Petrobrás. Houve também um ato ecumênico, celebrado pelo pastor da Igreja Batista de Nazaré, Joel Zeferino.
Os trabalhadores e diretores do Sindipetro Bahia demonstraram a insatisfação com a política da Petrobrás que vem aumentando a produção e reduzindo o efetivo, provocando consequências gravíssimas como a morte do operador Antonio Rafael Santana, 26 anos. Rafael sofreu um acidente, na Reman, no dia 18/08, quando o veículo em que estava explodiu após a partida. A suspeita é de que havia vazamento de gás na unidade. O trabalhador, que teve 75% do corpo queimado, faleceu no dia 20.
O coordenador do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, fez um discurso emocionado, lembrando que “todos os sonhos, planos e desejos do companheiro Rafael acabaram no chão da fábrica devido à precarização das condições de trabalho”. Deyvid falou também dos acidentes recorrentes nas refinarias em todo o Brasil e citou, que, nos últimos sete meses, aconteceram cinco grandes ocorrências na Rlam, entre incêndios e vazamentos. Para ele “a vida não pode ser o preço para o crescimento da Petrobrás”.
O secretário geral da CNQ e coordenador do Sindipetro Unificado de São Paulo, Itamar Sanches, que também participou do ato, acredita que “infelizmente os acidentes e mortes no abastecimento devem se agravar devido à política de reestruturação da Petrobrás, que vem implantando programas como o PIDV e Procop”. Para a secretária de Formação da da CNQ e futura coordenadora do Unificados de São Paulo, Cibele Vieira, “nossa vida não tem preço e se a empresa não entendeu isto precisamos parar”. E completa “a luta não é fácil e, com certeza, não se faz dentro do ônibus, no ar condicionado”.
Já o diretor de comunicação do Sindipetro e diretor da FUP, Paulo César Martin, chamou a atenção para as emissões de Permissão de Trabalho (PT), que estão sendo utilizadas como “mero instrumento burocrático”. Para ele a Permissão “é um ardil jurídico da Petrobrás para se livrar da responsabilidade civil e criminal”. E alerta que a “caso aconteça algum acidente com vítima fatal a responsabilidade cairá em cima de quem assinou a PT e liberou o serviço.”
Ao final da paralisação, foi feito um minuto de silêncio e a diretora do Sindipetro, Rosângela Maria, afirmou que a mobilização foi acima de tudo “um ato de amor e solidariedade à família do companheiro morto de forma trágica”. O pastor Zeferino lembrou que a morte faz parte da vida, mas não é natural e nem compreensível que “a vida de um jovem seja ceifada por causa de interesses econômicos e irresponsabilidades”. O sentimento de todos foi de grande tristeza e de certeza de que tem que haver mudanças imediatas na política de SMS da Petrobrás, pois ninguém quer responder à pergunta: “Em qual unidade do Sistema Petrobrás acontecerá outro acidente com vítima fatal? E quando? A indústria do petróleo mata e não há lucro que pague uma vida.
Com informações do Sindipetro-Bahia