VII Congresso da CNQ-CUT: análise de conjuntura destaca a importância das mobilizações nacionais
16 de Julho de 2013
Ramo Químico
João Pedro Stédile e Vagner Freitas contribuem com reflexões para o debate político Mesa de conjuntura política: João Stédile,...
João Pedro Stédile e Vagner Freitas contribuem com
reflexões para o debate político
Mesa de conjuntura política: João Stédile,
Lucineide Varjão, Vagner Freitas
e Rosana de Deus
A CNQ-CUT foi a primeira entidade cutista a realizar um evento de grande porte depois das manifestações nacionais iniciadas em junho. Justamente por isso, a análise de conjuntura do VII Congresso foi um momento aguardado com muita expectativa e acompanhada com atenção pelos 340 participantes que, no final das apresentações, formularam perguntas e lançaram suas opiniões. João Pedro Stédile, membro da coordenação nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), e Vagner Freitas, presidente da CUT Nacional, foram os convidados para a tarefa e contribuíram com avaliações e reflexões críticas sobre a conjuntura atual.
Stédile iniciou seu discurso explicando: “Meu papel é compartilhar a leitura política a partir dos interesses da classe trabalhadora”. Para ele, é importante lembrar a herança dos governos neoliberais (Collor e FHC) – que solaparam os direitos dos trabalhadores – para compreender o presente. “O que vivemos hoje é o neodesenvolvimentismo com a combinação de dois aspectos políticos: o de retomar o papel do estado como indutor de políticas e o de determinar uma maior distribuição de renda, combinações que garantem uma maior popularidade”, diz. Stédile argumenta que o atual governo é uma composição de vários partidos políticos e que ele sozinho não tem forças para realizar as mudanças e avanços necessários.
Outro ponto abordado é o controle dos meios de comunicação. “A burguesia transformou a mídia numa arma contra a classe trabalhadora. A mídia no Brasil reúne meios para manter a classe trabalhadora manipulada e massificada”, explica. Quanto às grandes mobilizações deflagradas em junho, Stédile avalia que a juventude foi para as ruas mais por indignação e a tarifa de transporte foi apenas uma “faísca”.
Diante desse quadro, Stédile e Vagner Freitas concordam com a importância de reforçar as mobilizações nacionais e incorporar cada vez mais os jovens nas campanhas classistas da Central e dos movimentos populares.
Freitas ressalta: “Temos que aproveitar a mensagem que veio das ruas, porque estamos nas ruas há mais de 30 anos. Queremos um plebiscito que abra o debate com o Congresso Nacional, e construir o plebiscito a partir dos elementos que definimos nos próprios Congressos da CUT... Queremos a reforma política e somos contra o financiamento privado de campanha”. Outro ponto no discurso de Vagner Freitas foi a importância da democratização dos meios de comunicação como a base para se alcançar a liberdade de expressão.
Abertura do VII Congresso:
exemplo de força e solidariedade
A solenidade de abertura, em 2 de julho, contou
com expressivas lideranças do movimento sindical
Na mesa (da direita para a esquerda): Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro); Sérgio Luiz Leite da Federação dos Trabalhadores Químicos de SP; Raimundo Suzart, Coordenador Político da Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT no Estado de São Paulo); Quintino Severo, Secretário de Administração e Finanças da CUT Nacional; Lucineide Varjão, atual presidenta da CNQ-CUT; Kemal Ozkan da IndustriALL; João Antônio de Moraes, Coordenador da FUP (Federação Única dos Petroleiros); Aurélio Medeiros, presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado do Rio de Janeiro; Adi dos Santos, presidente da CUT Estadual SP; João Cayres, Secretário-geral e de Relações Internacionais da CNM-CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos).
Ao discursar para o auditório lotado,
Lucineide Varjão destaca a importância do evento para o ramo químico
e pede que os sindicalistas levantem as mãos
para marcar a abertura do VII Congresso com um gesto de união.
Para estimular o debate:
Leia mais:
- Reforma Política: contribuições da CUT para o plebiscito.
Leia a carta de Vagner Freitas, presidente da CUT, enviada à presidenta Dilma, no último dia 2 de julho. Clique no link:
http://www.cnq.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=947&Itemid=
- Mudanças estruturais em pauta na mobilização de 11 de julho.
Artigo de João Stédile, publicado em 10 de julho (um dia antes do Dia Nacional de Luta): “Chegou a vez do povo organizado nos movimentos sociais, no movimento sindical e nas pastorais fazerem mobilizações”. Clique no link: