Vitória da presidenta Dilma é a vitória dos movimentos social e sindical, da militância e da juventude organizada e mobilizada
28 de Outubro de 2014
Brasil
A eleição acabou, mas a luta da militância e da juventude continua Por Vagner Freitas, presidente nacional da CUT A CUT cumpriu seu papel. Como...
A eleição acabou, mas a luta da militância e da juventude continua
Por Vagner Freitas, presidente nacional da CUT
A CUT cumpriu seu papel. Como agente político importante, participou ativamente do processo eleitoral que define a vida dos trabalhadores e das trabalhadoras, defendeu o projeto de desenvolvimento com inclusão e justiça social que garante os direitos da classe trabalhadora e amplia conquistas, representado pela presidenta Dilma Rousseff.
O povo brasileiro escolheu Dilma Rousseff presidenta! Venceu Dilma, venceu o Brasil, venceram os brasileiros e as brasileiras. Venceu a democracia que, apesar da disputa tensa, acirrada e agressiva - com boatos, denúncias de fraude nas urnas e tentativa de golpe -, saiu fortalecida e não sofreu qualquer abalo em seus alicerces. A vitória de Dilma é a vitória dos progressistas, é um sonoro “não” ao retrocesso.
O diferencial desta campanha, que garantiu a permanência do projeto democrático e popular, foi o povo nas ruas, capitaneado pela CUT no Distrito Federal e nos 26 Estados do Brasil. Aécio tinha parte importante dos jornais do seu lado, Dilma tinha o povo com suas bandeiras e camisetas vermelhas defendendo a continuidade do processo de transformação social do País.
A vitória de Dilma é a vitória dos movimentos social e sindical, da militância e da juventude organizada e mobilizada que, apesar da campanha feita pela mídia para desestimular a participação deles na política, foi às ruas defender suas posições, dizer que tem lado. E o lado dessa juventude é o nosso lado, é o lado do povo, da classe trabalhadora, de toda a sociedade.
A eleição acabou, mas a luta da militância e da juventude continua. É verdade que Dilma venceu, mas o governo continua em disputa. A coalização que venceu as eleições, capitaneada por Dilma, tem também representantes de setores conservadores e teremos, em 2015, uma das bancadas mais resistentes a mudanças da história no Congresso Nacional. E como sempre ressaltamos a maior parte da pauta dos/as trabalhadores/as não está diretamente subordinada à presidência da República e, sim, ao Congresso.
O papel da CUT é construir um movimento organizado, de massa, que ocupe as ruas, mobilize sindicatos, movimentos sindical e social, que pressione o Congresso a fazer as mudanças que reivindicamos, a aprovar a pauta da classe trabalhadora. A presidente é progressista e quer mudanças. Em seu primeiro discurso falou que vai dialogar muito mais neste segundo mandato. Cabe a nós dar a sustentação, a base popular para que Dilma possa garantir os avanços que os/as trabalhadores/as reivindicam.
Para isso, é essencial avançar na democracia participativa e, neste sentido, ouvir os trabalhadores e a sociedade civil organizada tem de ser prioridade. Queremos participar mais ativamente da construção das políticas públicas. Queremos avanços nos mecanismos de controle social e formação de propostas e políticas. Queremos a reforma política. E a presidenta se comprometeu com esta reivindicação quando fomos a Brasília entregar o resultado do plebiscito popular que colheu mais de 8 milhões de assinaturas. Na ocasião, Dilma disse: “Meu compromisso é deflagrar essa reforma que é responsabilidade institucional do Congresso e que deve mobilizar a sociedade em um plebiscito por meio de uma consulta popular”. A presidenta disse que a consulta popular dará a força e a legitimidade exigida pelo processo de transformação para levará à frente a reforma política.
Nosso papel é dar condições para que a presidenta faça um governo progressista e de esquerda. Isso significa que a mesma dedicação que tivemos no apoio irrestrito à campanha de reeleição de Dilma, teremos de ter na cobrança, na mobilização e na pressão para que a pauta dos trabalhadores e da sociedade e as mudanças no Estado avancem cada vez mais.
O Estado tem de cumprir o seu papel e garantir mais segurança, educação e saúde de qualidade, moradia, mobilidade urbana. Essas políticas públicas que continuamos necessitando e que devem ser muito mais consolidadas no segundo mandato de Dilma.