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WikiLeaks revela lobby do Departamento de Estado dos EUA pelo monopólio dos transgênicos da Monsanto

20 de Maio de 2013

Internacional

Relatório detalha como funcionavam as campanhas anuais dos EUA que incluíam até cobertura jornalística favorável           Fevereiro...

Relatório detalha como funcionavam as campanhas anuais dos EUA

que incluíam até cobertura jornalística favorável

 

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Fevereiro de 2007: Greepeace realiza protesto em Brasília contra a liberação da produção de milho transgênico.

 

 

 

 

 

Relatório da Food & Water Wach, organização

norte-americana de defesa do consumidor sem fins lucrativos, publicado na terça-feira (14), mostra o lobby do Departamento de Estado norte-americano em defesa do monopólio da Monsanto, e outras corporações similares, por todo o mundo. O documento analisa cerca de 900 correspondências diplomáticas do Departamento de Estado norte-americano filtradas pelo WikiLeaks, entre 2005 e 2009, e demonstra como Washington negocia a favor das corporações em “países alvo”, principalmente na América Latina e África.

A estratégia do Departamento de Estado norte-americano se baseia em promover os interesses comerciais dessas corporações, flexibilizar a regulamentação existente nos países e pressionar para aumentar a exportação de seus transgênicos.

O relatório detalha como funcionavam as campanhas anuais dos EUA para “encorajar o uso de biotecnologia agrícola”, direcionando as embaixadas americanas a “realizar uma agenda ativa para os transgênicos”. Por exemplo, encorajando as embaixadas a pressionar os países por redução de barreiras comerciais em benefício das corporações, além de estimular e promover campanhas “divulgando os transgênicos como uma ferramenta de desenvolvimento”.

Frente a reação mundial contra os transgênicos, o documento afirma que houve uma campanha global para “promover a compreensão e aceitação”, bem como “ampliar o apoio ao comércio com os EUA e também ao desenvolvimento de posições políticas favoráveis aos alimentos geneticamente modificados”. Nos países onde a oposição era muito alta, as embaixadas eram mais cautelosas, e o governo norte-americano recorria a novas organizações não governamentais favoráveis aos transgênicos, como no Peru e Uruguai.

Em alguns países as embaixadas realizavam cobertura jornalística favorável diretamente ao publico. Em Hong Kong chegaram a distribuir DVD’s em todas as escolas defendendo os transgênicos.

Em 2005 a embaixada norte-americana no Brasil afirmou que sua “intensa campanha foi um importante catalisador” para a lei que legalizou o cultivo de transgênicos.

Atualmente, para a diretora executiva da Food & Water Wach, Wenonah Hauter, “o governo dos EUA está negociando acordos secretos de comércio com a Europa e países da costa do Pacífico para forçar os países céticos e indispostos a aceitar os transgênicos e, assim, comercializá-los sem que sejam rotulados como transgênicos”.

 

 

 

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil