Voltar

28 de abril – dia mundial de luta contra os acidentes para os mais jovens

27 de Abril de 2018

Ramo

Por Remigio Todeschini

Continua trágica a acidentalidade no Brasil e no mundo frente aos acidentes, doenças e contaminações nos ambientes de trabalho.  O dia 28 de abril foi escolhido por rememorar a morte de 78 trabalhadores mortos no Estado da Virgínia após um gravíssimo acidente em que morreram 78 trabalhadores em 1969. A OIT comemora esta data desde 2003, e desde maio de 2005, foi instituído por Lei no Brasil como dia Nacional de luta contra os acidentes do Trabalho (Lei 11.121).

No Brasil nos últimos 5 anos tivemos 15 mil mortes, o que é um genocídio. Mais de 50 mil casos de invalidez permanente e cerca de 3,5 milhões de todos os tipos de acidentes.  No setor químico a acidentalidade continua em quase todos os setores. No ramo químico ocorreram lutas importantes em defesa da Saúde nos últimos 30 anos, como a Greve contra a contaminação do Chumbo na Ferroenamel nos Químicos do ABC (1984), a luta contra a contaminação do Benzeno na  Matarazzo (1985), a luta contra a contaminação do mercúrio na Solvay (1987), na PQU ( atual Braskem - 1992) contra acidentes maiores e explosões. No Químicos de São Paulo houve a luta na Nitroquímica contra a contaminação, (1986) além da luta contra as amputações em máquinas injetoras no setor Plástico de São Paulo. E uma das últimas lutas no setor químico foi contra a contaminação por agrotóxicos da Shell/Basf (2002-2013) com fechamento da fábrica e indenização dos trabalhadores nos Químicos Unificados de Campinas.

Neste ano de 2018 a Organização Internacional do Trabalho (OIT), elegeu os trabalhadores mais jovens como foco de sua campanha.  Das cerca de 30 atividades econômicas que compõe o setor químico, 13 atividades se destacam pela elevada acidentalidade entre os mais jovens (entre 16 e 34 anos), conforme tabela abaixo.  O Slogan da Campanha da OIT é Geração Segura e Saudável (Generation Safe & Healthy). A campanha de 2018 destaca a importância crítica de enfrentar esses desafios e melhorar a segurança e a saúde dos jovens trabalhadores, não só para promover o emprego digno dos jovens trabalhadores também para ligar esses esforços no combate ao trabalho infantil.

Os jovens são os mais atingidos pela acidentalidade pela falta de experiência, falta de treinamento nas empresas, pelas condições inseguras no trabalho e devido o ritmo cada vez mais intensivo na produção. Os três principais motivos desta acidentalidade são: traumas e cortes, doenças osteomusculares (LER/DORT) e transtornos mentais e comportamentais.

Veja abaixo os setores do setor químico onde a acidentalidade entre os trabalhadores mais jovens ocorre, ou seja, para cada 10 acidentes entre 6 e 7 acidentes são de trabalhadores mais jovens entre 16 a 34 anos.

Fonte: Remigio Todeschini, ex-presidente do Sindicato dos Químicos do ABC e Atual assessor de SST da Fetquim-SP