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50 anos do Polo Petroquímico do ABC: participação decisiva de trabalhador@s e do movimento sindical

23 de Junho de 2022

Sindical

Eleição nacional será divisor de águas na luta pela a ampliação da capacidade, associada a empregos de qualidade e avanços tecnológicos e ambientais

O Polo Petroquímico do Grande ABC, o primeiro instalado no Brasil, completa 50 anos no mês de junho. Principal catalisador do progresso de uma das maiores regiões metropolitanas do Brasil, o complexo assumiu também o protagonismo no processo do desenvolvimento industrial brasileiro graças a força de trabalhadoras e trabalhadores ao longo dessas cinco décadas – categoria historicamente e até hoje representada pelo Sindicato d@s Químic@s do ABC, filiado à FETQUIM e à CNQ-CUT.

Pela sua relevância, o Jubileu de Ouro será celebrado em Solenidade na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), que ocorre nesta sexta-feira (24/06), às 19h30, no Plenário Juscelino Kubitsckeh. A iniciativa partiu do deputado estadual Luiz Fernando (PT-SP). 

Ao Portal da CNQ, o companheiro Raimundo Suzart, presidente do Sindicado dos Químicos do ABC, falou sobre a importância do Polo Petroquímico, e as perspectivas de que, a partir da eleição de um novo governo popular, democrático e comprometido com a soberania nacional, sejam desencadeados processos de ampliação da capacidade produtiva, associada a geração de empregos de qualidade, avanços em tecnologia e em inovações sustentáveis.

“O Polo trouxe para a região novas indústrias, expandindo o parque fabril por meio de outros setores do Ramo Químico e até mesmo da Metalurgia. Aproximadamente 60% da arrecadação de Mauá é oriunda deste complexo industrial. Em Sandro André, fica em torno de 30%”, ressalta o dirigente.

Mesmo diante da ausência de políticas pró-indústria em âmbito nacional, o Polo Petroquímico segue desempenhando papel importante para o nível de emprego na região, com cerca de 3.500 postos diretos de trabalho, e, com variações sazonais, até 35 mil indiretos.

O atual contexto político, com ameaças de privatização da Petrobras e de entrega do controle nacional da Braskem, é motivo de temor, segundo Raimundo, que, por outro lado, enxerga perspectiva positivas após as eleições gerais deste ano.

“Não temos condições de expansão física por conta dos limites com áreas residenciais, mas há muitas possibilidades de aumento e qualificação da produção, como aconteceu no governo Lula, com a presidenta Dilma à frente do Ministério de Minas e Energias, a partir da liberação de créditos, que interrompeu um ciclo de estagnação pelo qual o Polo vinha passando”, conta Raimundo Suzart.

Companheiro Raimundo Suzart, presidente do Sindicato dos Químicos do ABC

Foi também neste período que a Braskem se fortaleceu ao adquirir a participação de 60% que a Unipar detinha na Quattor – então controladora do Polo Petroquímico do ABC.

“A produção depende da nafta, que vem do petróleo. Portanto, a vitória neste ano é fundamental para que a Braskem seja mantida como empresa nacional e a Petrobras volte a ser uma estatal a serviço do povo brasileiro e da nação”, acredita o dirigente.

Suzart destaca que a pauta ambiental, que recentemente voltou à tona em torno do Polo, historicamente, tem sido colocada e defendida pelo movimento sindical.

“Garantir os direitos de trabalhadoras e trabalhadores passa pelas questões da segurança e da saúde, não só de quem trabalha no Polo, mas também das famílias e da coletividade de pessoas que vivem na região do ABC. Este é um desafio permanente. Temos participação na emissão da certificação das petroquímicas e mantemos constante processo de diálogo social com as empresas, que também estão sob forte fiscalização da Cetesb, da ABIQUIM e, principalmente, sujeitas a normas internacionais”, frisa Raimundo.

Presidente da CNQ-CUT, Geralcino Texieira, em nome da direção da entidade, cumprimenta todas as trabalhadoras e todos os trabalhadores do Polo Químico do ABC, bem como os dirigentes do sindicato cutista, cuja história se confunde com a do complexo industrial.

 

Texto: Vinicius Lousada - Comunicação CNQ