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Químicos ABC: conferência indica pontos para pauta de reivindicações do Setor Químico

06 de Setembro de 2016

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A Conferência da Campanha Salarial do Setor Químico 2016, realizada na sexta-feira, 26/8, debruçou-se sobre a situação política e econômica do país e como estão os diferentes setores da indústria química para, em seguida, aprovar algumas indicações que serão levadas à Fetquim como contribuição dos químicos e químicas do ABC ao processo de Campanha Salarial 2016 que está se iniciando. São elas:

- Que a negociação fique restrita às cláusulas econômicas, não aceitando a possibilidade de discussão de redução de direitos nas cláusulas sociais

- Sugestão de Índice de reajuste nos salários e no piso de 11% (reposição inflação + ganho real)

- Piso salarial único e retirada do teto para reajuste salarial

- Manutenção das cláusulas de PLR mínima e do Auxílio-creche

- Nenhum direito a menos

Crise, golpe e ataque aos direitos

O presidente do Sindicato, Raimundo Suzart, abriu a Conferência da Campanha Salarial 2016 do Setor Químico abordando a difícil conjuntura do País, com ataques do governo golpista Michel Temer aos direitos sociais e trabalhistas.

Raimundo destacou que a próxima campanha salarial está inserida numa situação de crise política, jurídica e institucional do País. “O impeachment pode acontecer e tudo ficará ainda mais difícil. Qualquer pauta que for colocada no atual congresso nacional, os trabalhadores perdem. Estamos à beira de perder todos os direitos como 13º, férias, FGTS, carteira de trabalho assinada e a maioria do povo brasileiro não tem a cultura de ir para a rua defender seus direitos”, disse.

“Após 14 anos vamos para a negociação com a patronal querendo tirar a nossa pele. Será uma campanha diferente, vamos precisar mobilizar muito e nos prepararmos para fazer pressão. É necessário mostrar aos patrões que o trabalhador e a trabalhadora está junto ao seu sindicato na luta por nenhum direito a menos”, enfatizou Raimundo.

Redução de postos de trabalho

Em seguida, a economista Isabelle Lott, da sub-seção Dieese do Sindicato, apresentou aos presentes os índices econômicos de 2010 até agora, as perspectivas de inflação para a próxima data-base e como se apresenta a indústria química no Grande ABC.

“No Brasil, o ramo químico perdeu 89.770 postos de trabalho no primeiro semestre deste ano. No Grande ABC, desde a última data-base (1/11/2015), essa redução foi de 1436 postos, e o que mais perdeu foi o setor plástico: 800 postos”, apontou. Ela abordou ainda na sua apresentação o perfil da alta rotatividade da indústria química na região: estão demitindo os mais velhos, com salários maiores, e contratando os mais jovens, com salários inferiores.

“É um cenário mais difícil do que os anteriores, um quadro de incertezas para os trabalhadores e para os empresários, além das perdas dos direitos sociais para a população de menor renda”, concluiu.

Seminário da Fetquim  

O coordenador político da Fetquim, entidade que coordena a campanha salarial dos sindicatos do ramo químico da CUT no estado de São Paulo, e diretor do Sindicato, Aírton Cano, apresentou aos presentes como a federação está preparando as próximas negociações da campanha salarial, reforçando que no próximo dia 14 de setembro será realizado o Seminário de Campanha Salarial. "Precisamos construir toda uma estratégia de negociação para não perdermos direitos", destacou o sindicalista.

As indicações à pauta de reivindicações, apresentadas acima, serão discutidas e definidas com os demais sindicatos filiados à Fetquim no Seminário do dia 14 de setembro, às 9h, no Sindicato dos Químicos de São Paulo.