Ramo Químico de SP garante reajuste de 11,08% e injeção de R$ 1,78 bi na economia
10 de Novembro de 2021
Sindical
Com a reposição integral da inflação, trabalhadoras e trabalhadores não terão perdas salariais
(CNQ-CUT - Com informações da FETQUIM e do DIEESE)
As companheiras e os companheiros do Ramo Químico do estado de São Paulo garantiram a recomposição integral das perdas para a inflação no último ano (de 1ª de novembro de 2020 a 31 de outubro de 2021), com reajuste salarial e de outras cláusulas econômicas pelo índice de 11,08%. Além de manter direitos a trabalhadoras e trabalhadores, o Acordo Coletivo assinado nesta quarta-feira (10/11), resultado da Campanha Salarial 2021, injetará R$ 1,78 bilhão na economia ao longo do próximo ano.
A conquista foi obtida após ampla mobilização da categoria e pelas negociações lideradas pela FETQUIM, filiada à CNQ-CUT, e pela FEQUIMFAR/Força Sindical, com pauta unificada, que fortalece a categoria frente os patrões.
Com o reajuste de 11,08%, o piso salarial dos químicos paulistas ficará em 1.857,37 para empresas com até 49 empregados, além do PLR de 1.080,00. Para que tenham 50 ou mais contratados, o valor é de R$ 1.905,24. Nesses casos, o PLR será de R$ 1.200,00. Para salários acima de R$ 9 mil, o reajuste foi fixado em R$ 997,20.
A reposição da inflação é uma vitória, que nem sempre é garantida pela classe trabalhadora, especialmente no contexto de aumento galopante de preços, decorrente do descontrole do governo federal sobre a economia.
Mesmo campanhas do Ramo Químico de São Paulo, como as de 2016 e de 2017, já resultaram em cenários menos favoráveis, por exemplo, com o parcelamento dos percentuais de reajustes salariais.
A campanha de 2021 garantiu também a renovação por mais dois anos de todas as cláusulas da Convenção Coletiva.
Mais renda, economia mais forte
Com impacto mensal de R$ 149 milhões e anual de R$ 1,78 bilhão na economia, o reajuste salarial conquistado pelos químicos de São Paulo, que impactará na renda de 289 mil trabalhadoras e trabalhadores do ramo, conforme tabela abaixo.
Para chegar a esses números, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) utilizou dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
"É um montante relevante de recursos. Os valores vão direto às mãos dos trabalhadores que, por sua vez, irão consumir e gerar empregos indiretos. Se há um caminho de desenvolvimento econômico, é via aumento do consumo da classe trabalhadora. Por isso a importância deste acordo”, avalia o companheiro Douglas Ferreira, técnico do DIEESE.
Atividade Econômica |
Número de Trabalhadores (as) |
Adicional Anual |
Abrasivos |
11.806 |
R$ 54.542.622,30 |
Adubos e Fertilizantes |
10.979 |
R$ 89.108.117,22 |
Defensivos Agrícolas |
7.859 |
R$ 100.513.246,86 |
Fibras Artificiais e Sintéticas |
1.738 |
R$ 8.185.936,94 |
Hig. Pess., Perf. e Cosméticos |
25.409 |
R$ 145.510.332,89 |
Medicamentos de Uso Veterinário |
7.657 |
R$ 69.958.791,25 |
Plásticos |
145.570 |
R$ 645.351.862,55 |
Químicos para Fins Industriais |
58.078 |
R$ 527.609.771,80 |
Reciclados Plásticos |
3.390 |
R$ 10.956.317,02 |
Tintas e Vernizes |
17.346 |
R$ 136.893.139,84 |
Total |
289.832 |
R$ 1.788.630.138,67 |
Fonte: RAIS/CAGED |
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Elaboração: DIEESE |