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Direção Executiva da CNQ encerra 2017 com reunião de planejamento

08 de Dezembro de 2017

Ramo

Dirigentes debateram e pontuaram, nesta quinta e sexta-feira, ações para o mandato

A direção Executiva da Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ-CUT) reuniu-se nos dias 7 e 8 de dezembro na sede da Confederação, em São Paulo. Essa reunião aconteceu logo após a realização do Seminário sobre a Reforma Trabalhista, realizado em parceria com a central sindical alemã DGB, que discutiu profundamente as mudanças na legislação trabalhista e elencou ações sindicais efetivas para enfrentar esse novo e adverso cenário para a classe trabalhadora.

Entre os pontos que foram discutidos na reunião, além das questões internas na entidade, focaram nas atividades do Macrossetor Indústria da CUT, na conclusão do planejamento do mandato, iniciado na reunião de agosto passado, e balanço parcial das campanhas salariais do ramo neste segundo semestre.

Instituto TID

A presidenta da CNQ, Lucineide Varjão, apresentou à direção o recém fundado Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento – Brasil, fundado em outubro, na sede da CUT, com o propósito de impulsionar pesquisas para as necessidades específicas do macrossetor indústria. “Será uma ferramenta para nos embasar sobre o que acontece na indústria”, explicou, “a ideia é que as entidades se preparem melhor para discutir questões relacionadas à indústria com governo e empresas”.

Também abordou o encontro de mulheres de todos os ramos que integram o macrossetor indústria, realizado em novembro passado, construindo um plano de ação para 2018. O macrossetor indústria reúne as confederações dos ramos químico, metalúrgico, vestuário, construção e alimentação.

Planejamento

Concluindo o trabalho iniciado em agosto, os secretários apresentaram propostas de trabalho de sua pasta para o mandato, baseados nos três eixos aprovados no VIII Congresso da CNQ, realizado em junho: 1. Ampliação da hegemonia da CUT no ramo químico nacional; 2. Fortalecimento de políticas de integração entre CNQ e CNRQ e unificação com a CNRTV (ramo vestuário); e 3. Fortalecimento das políticas de atuação da CNQ.

Entre as propostas apresentadas, destaca-se a incorporação das ações apontadas pelo Seminário Reforma Trabalhista e seus efeitos para a classe trabalhadora e entidades sindicais no planejamento do atual mandato da CNQ; e impulsionar a solidariedade de estrutura e até a unificação de diferentes entidades sindicais.

Campanhas Salariais do Ramo no segundo semestre

Os dirigentes também fizeram um balanço prévio das campanhas salariais do ramo realizadas neste segundo semestre. Mesmo com uma conjuntura tão adversa à classe trabalhadora, os sindicatos do ramo estão conseguindo fechar acordos e convenções coletivas com reposição integral da inflação nos salários e, em alguns casos, até com ganho real, além da renovação das Convenções Coletivas, garantindo todos os direitos conquistados por mais um ano.

Confira alguns dos informes:

Químicos São Paulo: Conquistaram o reajuste pelo INPC integral, renovação por mais um ano, e ganho real no Piso Salarial para empresas com até 50 trabalhadores. Bastante positiva devido a garantia de proteção aos trabalhadores.

Plásticos Manaus e Amazonas: Data-base em janeiro, mas as negociações acontecem agora, fechou com INPC e mais 1% de ganho real em junho. Este ano só foram negociadas as cláusulas econômicas. Queriam parcelar em três vezes a reposição da inflação, mas a mobilização conseguiu o recuo da proposta.

Químicos da Bahia:

Reivindicações dos trabalhadores era reajuste salarial para repor inflação, renovação da Convenção e cláusula que desse segurança à categoria diante da reforma trabalhista. O primeiro segmento foi o Setor de Terminais Químicos, 3% de reajuste, renovação da convenção e clausula de salvaguarda, em especial em relação à jornada de trabalho e que nada pudesse ser feito de forma unilateralmente pela empresa. 

Setor Petroquímico: empresas tentaram mexer em quatro clausulas no acordo: homologação no sindicato, amplitude da convenção, taxa assistencial e impossibilidade de acordos dentro da empresa inferiores à Convenção Coletiva. Mas ao final a Convenção foi renovada, reajuste pela inflação e conseguiram também a clausula da salvaguarda frente à reforma trabalhista.

Estão ainda negociando no setor plástico, que já apontou reajuste um pouco acima da inflação, renovação da Convenção e o grande debate é ainda sobre o reajuste e da cláusula de salvaguarda diante da Reforma.

No setor químico também as negociações estão em andamento, mas é o mais problemático. Responderam à pauta mudando quase todas as cláusulas da convenção. Trabalhadores do setor estão em mobilização, com paralisações em algumas empresas, e próxima negociação acontecerá no dia 11.

Petroleiros Bahia:

“Nosso acordo será o tamanho da nossa luta”. Ainda não foi fechado. Data-base setembro e empresa prorrogou o acordo até 31 de dezembro. Petroleiros querem que os direitos sejam mantidos e Petrobras insiste na retirada de direitos. Assembleias rejeitam as contrapropostas e já avisaram que se houver redução de direitos entrarão em greve. Trabalhadores também aprovaram em assembleia que o acordo precisa valer para todas as unidades do sistema. O que está “pegando” – valor da hora-extra e eliminar o 14º salário (recebido nas férias), entre outros.

Ao final, os dirigentes organizaram o calendário de atividades de 2018 e indicaram de 3 a 5/04 a próxima reunião nacional, entre elas, a participação do ramo no Fórum Social Mundial, que este ano será em março, em Salvador.